Capítulo 18

Pigarriei para que eles notassem nossa presença ali e os dois se afastaram rápido e assustados.

- A gente só veio chamar pra ir passear, mas não queremos atrapalhar. - Eu disse e saí puxando Luan dali, antes que um dos três dissesse alguma coisa. - Você tá bravo? - Eu fiz aquela pergunta a ele, assim que saímos do quarto.

- Eu...To assustado. Não sabia que tava rolando entre os dois.

- Nem eu... - Ri. - Mas não tá bravo?

- Não...Não to! Eu acho seu irmão um cara bacana, só acho ele muito...

- Velho pra ela? - Ele assentiu sem jeito. - Realmente a diferença de idade é grande, mas pode confiar, Luan. Meu irmão não é do tipo que brinca com as mulheres, pelo contrário, ele odeia isso e se ficou com a sua irmã é porque realmente gostou dela.

- Me deixou mais aliviado! - Ele colocou a mão no peito e nós rimos.

- Pra onde a gente vai, em? - Perguntei, assim que chegamos no hall do hotel.

- Tá de biquini? - Assenti. - Vamos pra praia? 

- Vamos! - Concordei na hora e pedi para que a recepcionista, chamasse um taxi.

- Caramba, que lindo aqui! - Luan disse, assim que descemos do taxi. 

Foi menos de dez minutos do hotel até a praia.

- Muito! Olha essa água cristalina. - Fomos nos sentar em uma das sombrinhas que o quiosque oferecia e pedimos uma água de coco. Tirei minha blusa, antes de me sentar.

- Não vai sentar aqui na cadeira? - Ele perguntou, assim que viu que eu me sentava na areia.

- Eu gosto de areia. - Ri.

- Já que é assim... - Ele se sentou ao meu lado, depois de tirar a camisa e ali ficamos por um tempo.

Calados, só olhando as pessoas da praia e bebendo água de coco.

Parei para olhá-lo ali, tão pertinho de mim, seu braço quase encostava no meu. Seu cheiro exalava e a cada segundo que passava eu me sentia mais apaixonada por ele.

Eu o olhava como quem admirava uma obra de arte e foi nessa hora, que ele se virou e me pegou no flagra, mas eu não desviei o olhar e continuei do jeito em que estava.

Na minha cabeça ele disfarçaria e olharia para frente de novo, ou puxaria um assunto para aquele clima que estava passar, mas não. Ele simplesmente se aproximou mais de mim, ao ponto que eu pude sentir sua respiração no meu rosto. Sua mão subiu pelo meu braço e parou no meu pescoço, me arrepiando inteira. E em um ato rápido e totalmente de surpresa pra mim, ele juntou nossas bocas com vontade.

Não perdi tempo, colocando minhas mãos em sua nuca também, aprofundando aquele beijo, que eu queria que fosse eterno. Senti suas mãos na minha cintura e minha respiração falhou entre o beijo, fazendo com que meu fôlego fosse embora. Encerrei com uma mordida fraca em seu lábio.

- Então tudo que o Rober me falou era verdade? 

- Hã? - Eu não tinha entendido.

- Ele me disse que você tava gostando de mim.

- Por que ele tirou essa conclusão? - Ainda estávamos na mesma posição.

Eu não tinha tirado as minhas mãos de sua nuca e nem ele da minha cintura.

- Foi depois daquela balada que a gente foi. Você mudou depois que eu chamei uma moça pra ir com a gente. - Fiquei sem graça. Não sabia que notariam desse jeito. - Ele disse que até a Marla e a Karielle achavam o mesmo. Isso é verdade, Nathália? - Eu comecei a pensar.

Eu não sabia o que dizer, eu tinha vergonha de dizer a verdade e não conseguia mentir. Ele repetiu sua pergunta e eu respirei fundo.

- Eu...É, isso é verdade, Luan! - Sua expressão não foi de surpresa. Talvez, depois daquele nosso beijo, ele já sabia que eu gostava mesmo dele, eu tinha me entregado ali.

- Você sempre gostou de mim assim? Por que nunca me contou?

- Não! Eu só comecei a ter esse sentimento por você, depois que nos tornamos amigos. Depois que eu comecei a conviver com você e ver a pessoa ótima que você é. Eu não te contei antes porque sei o quanto era apaixonado por sua ex, ou é, e...Não queria me sentir ridícula depois disso, perto de você.

- Nathi! Eu gosto muito de você, não tem noção! Eu te adoro de verdade. Mas eu não posso mentir. Eu amo a sua amizade e não te vejo como uma namorada, por exemplo. E...Eu realmente ainda gosto da Laisa.

- Eu posso te fazer esquecer ela. - Eu criei coragem para dizer aquelas palavras e ele suspirou.

Abaixei a cabeça e senti uma de suas mãos em meu queixo, me fazendo lhe olhar mais uma vez.

- Eu gostei muito do que aconteceu aqui. - Ele sorriu e eu fiz o mesmo.

- Eu também...Eu sonhava com isso á algum tempo. - Confessei envergonhada.

- Você...Não quer que isso se repita aqui de novo?

- Aqui que você diz...

- Aqui em Miami. - Eu lhe perguntaria como ficaríamos depois, mais aquele já era um grande passo e eu não queria pressioná-lo de jeito nenhum.

- E você quer? 

- Eu? - Assenti. - Eu quero. Quero muito! - Sorri e nem deu tempo de falar mais nada, já que ele me pegou de surpresa com um beijo, pela segunda vez.