quinta-feira, 30 de abril de 2015

Capítulo 56




Acordei ofegante depois de um pesadelo com Nathália. Eu lhe via muito mal no hospital e vozes me diziam durante todo o sono que a culpa era minha. 
Peguei meu celular e vi que ainda eram quatro horas da tarde, mas parecia que eu já tinha dormido um dia inteiro. Resolvi tomar um banho e comer alguma coisa.
Até minha mãe notou meu silêncio, eu pensava naquele sonho. 
Resolvi trocar de roupa, peguei a chave do meu carro e sai correndo de casa. Eu tinha que ir lhe ver.
Mesmo me sentindo culpado por tudo e achando que ela me esculacharia daquele hospital.
- Luan?
- Oi, Lorenzo. - Passei as mãos pela nuca, nervoso. 
Dei de cara com meu cunhado, assim que cheguei na portaria do hospital. Eu sabia aonde ela estava por ter ouvido Bruna falando com a minha mãe na hora do almoço.
- O que faz aqui?
- Eu...Vim ver a Nathália. 
- Olha, Luan, eu vou ser bem sincero com você. Não quero que vá vê-la.
- Por quê?
- Você sabe que isso tudo que está acontecendo é por causa de você. Não estou jogando a culpa em você, porque sei exatamente o quanto minha irmã é desmiolada, mas você sabe que ela está sofrendo por você.
- Eu sei! Eu não quero tirar a culpa de mim, pelo contrário, tô me sentindo culpado mesmo. Mas me entende, não dava pra continuar o nosso namoro do jeito que estava.
- Não te culpo por terminar com ela, te culpo por não amá-la como ela te ama e fingir uma coisa que não sentia.
- Fingir? Eu nunca fingi nada. Eu gosto dela sim...
- Gosta? Não é o suficiente. Ela faz tudo por você, ela te ama mais que tudo.
- Eu sinto muito por isso. A sua irmã é especial pra mim, Lorenzo. Eu nunca imaginei que isso aconteceria. Ela vir parar em um hospital, nunca passou pela minha cabeça. - Ele suspirou.
- Tudo bem! Mas eu acho melhor não ir vê-la.
- Como ela está?
- Está bem! Ás seis horas o médico vai passar pra lhe dar alta.
- Ah, que ótimo! - Respirei aliviado. - Não quero que fique com raiva de mim. Eu gosto de você, ainda é meu cunhado e pai do meu sobrinho que vai nascer.
- Eu não vou ficar com raiva de você pro resto da vida, Luan. Apesar de tudo sei que você é uma boa pessoa. Eu só tô sentido agora pela minha irmã. Você deve saber como é, já que também tem uma irmã caçula.
- Eu sei e te entendo. Eu também ficaria assim, ou pior, com você se fosse com a Bruna. Eu só te peço desculpas, sério. Pra você, pros seus pais e pra Nathália. 
- Tudo bem, Luan. Não precisa se culpar assim também. Isso tudo vai passar, vocês vão esquecer disso e a vida vai seguir em frente!
- Tomara...Espero que ela não esteja me odiando, também quero lhe pedir desculpas.
- Não...Não está. Ela nunca de odiou e nunca vai te odiar. Mas fique tranquilo, ainda vão ter bastante tempo pra se encontrarem. Agora nossas famílias são ligadas para sempre. 
- É...Verdade! - Sorri sem jeito para ele e me despedi.
Entrei no carro e respirei fundo. Encostei minha cabeça no volante e uma vontade enorme de chorar me invadiu e eu não relutei. A culpa veio a tona naquele momento, ela era uma pessoa especial, a mulher dos sonhos de qualquer um. Eu me arrependi naquele momento das vezes que não lhe dei valor.
Eu tinha dado muito mais valor para minha ex, que não valia nada e para Nathália, que daria sua vida por mim, não tinha dado o seu valor merecido. 
Eu não tinha me arrependido de ter terminado com ela, pelo contrário, ainda queria aquele tempo para mim e ela também precisava de um para ela. 
Enfim, depois de alguns minutos ainda parado no estacionamento do hospital, dei partida no carro.

                              ...

Assim que cheguei em casa, tinha um banquete me esperando. Meus pais me mimavam mais que o normal e meu irmão só não estava fazendo aquilo naquele momento, porque tinha ficado no hospital para o seu plantão.
- Comi tudo, filha! - Meu pai beijou minha testa e pegou sua companheira maleta, para seguir para o seu escritório.
- (risos) Pode deixar, pai. 
- Depois perguntarei a sua mãe.
- Tudo bem! - Ele se despediu de nós. - Já to me sentindo bem melhor, só de sair daquele hospital. - Sorri e minha mãe me acompanhou.
- Que bom, minha filha! Fiquei tão preocupada com você. Não se atreva a me assustar assim de novo. Eu não posso te perder nem em sonhos. - Ela me abraçou.
- Ah, mãezinha. Me desculpa de novo!
- Tudo bem, vamos esquecer isso...
- Vou sair no sábado. - Resolvi lhe contar, enquanto comia.
- O que? Pra onde? Não pode, Nathália!
- Calma, mãe! Claro que pode!
- Quem disse?
- Meu médico...Aliás, vai ser com ele mesmo que eu vou sair.
- Vai sair com o Leonardo? Me conta isso direito. - Ela se sentou na minha frente e eu ri.
- É só isso, mãe. Ele me chamou pra jantar e eu aceitei. - Dei de ombros.
- Eu fico feliz por isso, mas também me preocupo. Olha lá, minha filha...
- O que? Está achando que eu já vou arrumar outro namorado? - Gargalhei e minha mãe me olhou negando.
- E isso não vai ser um encontro?
- Da minha parte não! Ele me parece legal e eu resolvi aceitar o convite. Não quero namorado agora e a senhora sabe disso.
- Tudo bem, o Léo também é legal. Vocês vão se dar bem. Só toma cuidado, vai?
- Tá, mãe! Mas pode ficar tranquila que eu não vou mais me apaixonar por homem nenhum. Eu já sou apaixonada. Eternamente apaixonada e amor verdadeiro nunca morre, nem é substituído, só adormece no peito, mas qualquer coisa faz voltar e não é qualquer um que faça ele adormecer. - Suspirei e voltei a comer.

quarta-feira, 29 de abril de 2015

Capítulo 55




Acordei com vozes no quarto e logo as reconheci. Era meu irmão, que tinha passado a noite ali comigo e minha cunhada. Iria abrir os olhos quando escutei meu nome e fingi ainda estar dormindo.
- Então ele não vem mesmo aqui ver ela?
- Não... 
- Ah, quer saber? É até bom! Queremos que Nathália supere o Luan e se ele aparecer por aqui agora não vai ser uma boa.
- Ele disse a mesma coisa, mas eu não concordo, amor. Ele tinha que vim aqui sim, pra mostrar que se importa com ela, que ela foi uma pessoa especial na vida dele.
- Mas vai ser melhor assim! Desculpa, ele é seu irmão mas eu não quero mais que Nathália pense nele, nem se aproxime dele. Não agora. Quem sabe quando ela superar isso tudo, mudar de vez eles não voltem a se entender.
- É...Você tem razão. Você tá com raiva dele, não é?
- Pra falar a verdade? Estou sim, ele magoou minha irmã e ela está aqui agora, nesse hospital, por culpa dele, mas não o odeio, até porque não duvido nada de que voltem daqui a algum tempo.
Ouvi aquilo tudo com a maior dificuldade de não demonstrar nenhuma expressão. Fiquei triste quando ouvi que ele não iria me ver, mas concordava com meu irmão de que era melhor daquele jeito. Eu teria que superar e resolvi colocar aquilo na minha cabeça de uma vez por todas.
Então, bem devagar, eu fui abrindo meus olhos aos poucos. Meus irmão estava sentado na poltrona ao lado da minha cama e Bruna estava em seu colo. Sorri quando os olhei, já pareciam uma família, ele fazia carinho em sua minúscula barriga, até então.
- Oi, cunhada! - Ela sorriu pra mim.
- Tudo bem, Bru? 
- Tudo ótimo! Não vou nem perguntar como você está. - Ela fez careta e se levantou, se aproximando de mim.
- Eu já estou bem melhor. Pode acreditar! - Ri e ela me acompanhou.
- Que ótimo! Fiquei preocupada!
- Obrigada pela preocupação e por tem vindo. E essa barriguinha? Já está crescendo. Não vejo a hora de poder pegar e mimar o meu bebê.
- Já é seu, não é?
- (risos) É sim!
- E eu? Não mereço nem um bom dia?
- Bom dia, irmão! Não vou nem perguntar se sua noite aqui foi boa. - Fiz careta e ele riu.
- Não foi tão ruim assim, Nathi. 
- Você tem plantão agora, não é? Não queria que dormisse aqui por isso. Agora não vai poder nem descansar direito em casa.
- Para com isso! Eu vou ficar aqui com você todos os dias, sua teimosa! - Ele beijou minha testa, enquanto Bruna ria de nós. - Estou esperando a mãe chegar. - Assenti.
Minha mãe não demorou a chegar para ficar comigo e então, meu irmão foi trabalhar. Bruna passou algumas horas conversando comigo também e na hora do almoço foi embora. Era tão fofa, um amor de pessoa, se mostrava realmente preocupada e eu tentava ao máximo lhe mostrar de que já estava realmente bem e superando aquilo tudo. 
Doutor Leonardo foi me examinar e ver se estava ocorrendo tudo bem com a transfusão de sangue.
Eu tinha recebido sangue de noite e acordei nova em folha, parecendo outra pessoa e minha mãe dizia que eu estava até mais corada, me fazendo ri. 
- Está tudo ótimo! Como previ já vai poder ir embora no final da tarde.
- Sério? Eu nem acredito!
- Está feliz? Nossa, assim eu me magoo. Não quer mais me ver. - Ele brincou.
- Nada contra você, doutor. Me desculpe! - Entrei na brincadeira.
- Só se cuide de agora em diante, se não quiser me ver mais ainda. 
- Pode deixar! 
- Se alimente bem. Bem mesmo! E eu já marquei novos exames pra você daqui a quinze dias, pra comprovar isso aê.
- Vai se orgulhar de mim!
- (risos) Eu espero! - Minha mãe tinha ido comer algo na cantina e as duas enfermeiras que estavam ali, saíram, nos deixando a sós. - Uma menina tão bonita não pode viver no hospital.
- Obrigada! - Eu sorri envergonhada. 
- Você é modelo, é? 
- Eu? Não! 
- Ah...Estava anoréxica e é tão...Bonita. Eu pensei! - Ele riu fraco.
- Ah, foi descuido meu mesmo....Mas obrigada de novo.
- E seu namorado? Não vem te ver?
- Eu não tenho um! - Falei aquilo com mais firmeza do que imaginava.
- Sério? Como os homens estão fracos, deixando uma coisa linda dessa por ai.
- Você está me deixando muito sem graça!
- Me desculpa! Mas eu sou muito sincero.
- Você também é bonito! - Ele me olhou sorrindo. 
- Obrigado...Olha, eu não deveria está fazendo isso mas...Você quer sair comigo?
- Hã?
- É, no final de semana. Pode ser? Vamos jantar!
- Jantar com você?
- É sim,vamos! Eu realmente não deveria estar fazendo isso nem te enchendo de elogios em hora de trabalho, mas...Você realmente chamou muito a minha atenção.
- Eu chamei sua atenção?
- Chamou! É muito linda e meiga, seu sorriso também, me da vontade de sorri quando te vejo sorrindo.
- Tudo bem! Eu aceito jantar com você!
- Te pego ás oito, no sábado.
- Sabe aonde eu moro?
- Sei sim! Já fui lá com Lorenzo algumas vezes.
- Eu nunca te vi.
- Só estava em casa uma vez, mesmo assim logo saiu apressada.
- Entendi! Mas eu vou estar liberada para sair no sábado?
- Já pode sair assim que sair daqui. Está nova em folha! - Ele se despediu de mim e saiu dali sorrindo.
Ri feito uma boba no quarto. Ele era louco por me cantar naquele estado.

terça-feira, 28 de abril de 2015

Capítulo 54




- Olha, Nathália, a que ponto você chegou...
- Chega, Lorenzo! Você já disse muita coisa pra sua irmã. Ela já aprendeu a lição, vai fazer tudo que o médico mandar e nossa vida vai voltar ao normal.
- Isso mesmo! - O doutor concordou. - Você já podem doar o sangue, de noite ela recebe e amanhã de noite ela vai embora.
- Tudo bem! Obrigada por tudo, Leonardo! - Minha mãe lhe agradeceu e ele se retirou.
- Mãe, eu vou ter mesmo que receber sangue?
- Vai sim, filha, mas não é nada demais. Não vai acontecer nada!
- Que droga! 
- Se acalma, tá? Daqui a pouco sua comida vem e você dorme pra descansar.
- Comida de hospital. - Fiz cara de nojo.
- A comida daqui é ótima, sua reclamona e a sua vai vim bem reforçada e gostosa porque tá precisando. - Minha mãe riu, enquanto alisava meus cabelos.
- Eu tenho que ir pro escritório, minha filha, mas eu volto aqui de tarde pra te ver. Volto toda hora!
- Tudo bem, papai! Obrigada por tudo! - Lhe abracei e ele beijou minha testa, antes de sair.
- Eu vou comer alguma coisa. Quando Lorenzo me ligou estávamos acordando ainda. - Assenti e minha mãe também saiu do quarto, sobrando eu e Lorenzo. 
Já estava preparada para ouvir mais coisas da parte dele, quando se aproximou de mim.
- Me desculpa... - Ele encarou o chão. - Me desculpa pela forma que te falei aquelas coisas, de verdade.
- Você estava certo. - Eu disse baixo.
- Estava, mas não precisava ter te falado daquele jeito, muito menos gritado aqui com você. Mas eu só quero o seu bem, irmão. Eu não posso te perder, você é minha caçula, eu te vi nascer. Eu não vivo sem você. Eu te amo muito! - Ele me abraçou forte e nós choramos juntos. 
- Eu também te amo muito, irmão.
- Nunca mais faz isso, por favor! Você não precisa disso. Não precisa mendigar o amor de ninguém, tem um monte de gente querendo ter o seu amor, querendo você como namorada. - Sorri pra ele.
- Eu não vou mais fazer. E você? Nunca mais vai me ajudar?
- Eu falei tudo da boca pra fora, eu nunca te deixaria morrer, meu amor! Me desculpa!
- Não precisa se desculpar. Eu te amo!
- Eu que te amo! - Ele beijou minha testa e voltou a me abraçar.

                   ...

- Oi, amor! Como está minha cunhada? - Ouvi Bruna falando ao telefone, enquanto estávamos sentados na sala, vendo TV. - Poxa, sério? Nossa! Melhoras pra ela. Diz pra ela que mandamos um beijão! Você tá muito nervoso, tô sentindo pela sua voz, relaxa. Vai dormir aí? Então tá. Te amo! - Ela desligou e me pegou lhe olhando.
- O que houve com ela?
- Descobriram que ela está com anemia e anorexia.
- O que? 
- É isso mesmo, Luan... - Ela suspirou. - Vai ter até que receber sangue, de tão grave. Lorenzo disse que ela tá muito magra e abatida, mas todo mundo já conversou com ela, que prometeu que vai voltar a viver, como antes.
- Mas...Ela parou de comer? Como assim, Bruna?
- É...Ela não tava comendo e quando isso acontecia vomitava. 
- E por quê disso? - Tive medo da resposta, mas minha irmã me olhou por alguns segundos.
- Por causa de você, Luan.
- Não acredito! - Passei as mãos pelo rosto.
- Por causa do Luan? Não pode ser, Bruna! - Minha mãe, que até então estava calada, disse.
- É sim, mãe! Ela tava arrazada, Lorenzo usou o termo até...Maluca.
- Meu Deus, Luan! Olha isso!
- Eu não tenho culpa, mãe. Eu não podia continuar com ela, tudo só ia piorar. Meu Deus!
- Essa menina te ama mesmo, pelo visto.
- Eu nunca tive dúvidas, mas chegar a esse ponto?
- Eu sabia que ela era capaz de tudo por você. - Bruna disse. - Não vai lá mesmo ver ela?
- Eu não posso, Bruna! Eu queria muito mas não posso. Ainda mais que ela precisa me esquecer, não pode me ver agora.
- Pensando por esse lado. - Minha mãe concordou.
- Eu não concordo! Você é o culpado de tudo, deveria sim ir até lá e ao menos perguntar a ela se está tudo certo.
- Bruna, você não entende...
- Claro que não, Luan! A menina tá sofrendo tanto. Você não vê ? Ela está no hospital por isso.
- Eu sei! Acha que me sinto bem por causa disso? Ela ainda é especial pra mim, mas não posso ir lá.
- Você que sabe! - Minha irmã saiu da sala e subiu para o seu quarto.
- Que droga! - Resmunguei.

segunda-feira, 27 de abril de 2015

Capítulo 53




- Nathália! Eu não to acreditando nisso, me diz que isso é mentira! 
- Lorenzo, calma! Não é pra tanto também!
- Não é pra tanto? Você ouviu o que o médico acabou de te falar? Você está doente e é grave e isso tudo por causa de quê? Ou de quêm? Do Luan!
- Não é nada por causa do Luan e eu não sei como cheguei a esse ponto. - Virei o rosto e meu irmão suspirou. 
Ele estava tão nervoso que não tinha nem conseguido me examinar. Me levou para o hospital que trabalha, assim que me pegou vomitando sem parar em casa. Ele andava de um lado para o outro no quarto.
Minha mãe abriu a porta e entrou correndo para me abraçar, já que Lorenzo tinha ligado para ela, que estava de folga naquele dia.
- Meu amor! O que você tem?
- Calma, mãe. Tá tudo bem!
- Como tá tudo bem? Você tá internada, Nathália.
- Lógico que não tem nada bem, mãe. 
- Lorenzo, eu já pedi pra ter calma!
- O que houve, meu filho? Você não me disse direito pelo telefone.
- Eu fui na casa dessa doida e encontrei ela vomitando, mãe, com muito custo consegui arrastar ela pra cá. Ela tá anêmica e anoréxica, mãe. 
- Oi?
- É isso mesmo e ainda diz que não é nada! E sabe o pior? Tudo por causa do Luan. Ela não se da valor, não se respeita e nem se ama mais. Deixou de comer por causa dele, enquanto ele tá saindo com outras, se divertindo, seguindo em frente. Mas isso é o que pessoas normais fazem, já Nathália não. Ela se enfurna dentro de casa e fica doente! Só que essa vai ser a última vez que eu socorro ela, porque se ela não tomar vergonha, eu vou deixar ela em casa morrendo. Porque se ela não se dá valor, mãe, por quê nós temos que dar? - Meu irmão disparou a falar alto, enquanto eu ouvia tudo calada e assim que terminou de falar e me olhou, viu o quanto eu chorava. Ele tinha razão em tudo, mesmo morrendo de raiva das suas palavras e não querendo dar o braço a torcer, ele tinha razão.
- Para, Lorenzo! - Minha voz quase não saiu e eu coloquei as mãos no rosto.
- Eu tô mentindo, Nathália? TÔ MENTINDO?
- Filho, vai lá pra fora que você tá muito nervoso. Fica lá com seu pai que eu vou falar com a Nathália sozinha, quando eu acabar diz a ele que eu vou lá lhe chamar para ver ela também. - Meu irmão só assentiu e saiu do quarto batendo a porta.
- Vai falar isso tudo que Lorenzo acabou de me dizer de novo? Eu sei que é tudo verdade, que eu sou uma trouxa, uma idiota, que eu mereço morrer...
- Ei, para com isso! - Senti seus brações em minha volta, já que ainda estava com as mãos no rosto e chorei mais. - Eu tô do seu lado, todo mundo tá. O Lorenzo só disse aquilo porquê tá muito nervoso, ele te ama demais, filha! 
- Eu sei que ele foi sincero...
- Mas não precisava dizer tudo o que disse dessa forma pra você. - Tirei as mãos do rosto para olhar a minha mãe.
- Eu acho que ele fez certo. Só assim pra eu acordar pra vida. Eu tô morrendo de raiva de mim por tudo que aconteceu, eu já deveria ter terminado com o Luan bem antes, eu sofri muito no final do nosso namoro e agora fiz essa burrada. Parei de viver por ele. Mas eu ainda o amo muito e não me arrependo de nada que fiz por ele. - Sussurrei minha última frase e encarei minhas mãos.
- Filha, vamos combinar uma coisa? Esquece esse namoro, esquece o Luan e recomeça sua vida. Vamos recomeçar. Você vende seu apartamento e volta a morar conosco. É tão linda, já já tem vários pretendentes atrás de você. - Ri fraco.
- Eu quero sim recomeçar, mãe, mas não é tão fácil como parece. E eu não quero vender meu apartamento.
- Por quê? Vai ficar com lembranças de lá, inclusive de agora.
- Eu juro que tento esquecer...Me dá só mais um voto de confiança?
- Será que dá pra te deixarmos mesmo sozinha de novo?
- Por favor, mãe? Eu juro que tento mudar minha vida.
- Tenta não. Vai mudar!
- Tudo bem! - Suspirei. 
- Vou lá chamar seu pai, que quer muito te ver. - Assenti e ela saiu. 
Meu pai me abraçou, quando entrou no quarto, como a muito tempo não fazia.
- Tá tudo bem, minha princesa? - Sorri com a sua frase.
- Tá sim, pai!
- Olha, sua mãe pediu pra eu não te falar nada, mas mesmo assim eu vou falar. Eu te avisei desde o começo, eu sempre soube que seria assim. O Luan, um cantor jovem, cheio de mulheres atrás dele e uma vida pela frente e você uma menina que é romântica demais, que só queria um namorado que te desse o mesmo carinho e ficasse sempre com você. Eu sabia que isso não daria certo, Nathália. Você não fez nada certo. 
Você deixou muitas vezes nós, sua família, de lado pra poder dar prioridade pra ele e agora aonde ele está?- Eu voltei a chorar, enquanto ouvia meu pai falar. - Ele não deve nem vir aqui te ver. Nathália, eu odeio te ver sofrer, mas tenho que te falar tudo isso. Você tem que parar de ser assim, se entregar demais pra uma pessoa e passar por cima de qualquer um e qualquer coisa, até de você mesma. Você tem que ouvir mais as pessoas e o principal, minha filha. Tem que se amar mais! O que é isso! Eu não te criei assim, Nathália. Eu não criei filha pra poder sofrer, muito menos ficar doente por homem nenhum nesse mundo. Cadê o seu valor, Nathália? Você não é uma qualquer!
- Me desculpa, pai! - Eu já soluçava de chorar.
- Isso não vai resolver agora. Só tem que prometer que vai virar essa página, foca no seu trabalho que está indo para frente e quem sabe não arruma outro namorado mais parecido com você. Ser feliz, minha filha. É isso que você merece!
- Obrigada, pai. Eu prometi pra mamãe e pro senhor eu também vou prometer que vou mudar. Eu sei que errei e continuou errando. Eu não sou perfeita, nem chego perto disso. Todo mundo me julga, me chama de trouxa e eu até entendo isso, mas eu o amo tanto. E ao contrário do que o senhor pensa, ele era sim um namorado dos sonhos. Mas agora começou nossas crises e nos separamos, mas eu fui sim muito feliz com ele. Eu tinha esperanças de voltar a ser como no começo. E acima de tudo, eu sou humana e erro e não é pouco. Eu erro muito e admito, mas todos os males vem para o bem. Eu quero aprender a lição. - Eu voltei a respirar normal, assim que acabei de falar e meu pai me puxou para outro abraço. Beijou meu rosto e eu sorri, ou tentei.
A porta se abriu atrapalhando o nosso momento e minha mãe, junto do meu irmão e do meu médico, entraram no quarto.
- Então, moça, como eu disse você está com anorexia e pra isso não tem muito remédio, é mais voltar a se alimentar direito. Seu irmão me disse que te encontrou vomitando, você já fazia isso com frequência?
- Não, foi a primeira vez. Eu juro!
- Tudo bem, eu acredito em você. Então, que bom que foi a primeira a vez e que não se repita de novo. Você vai passar na nutricionista daqui que vai te passar seu cardápio e eu vou te passar algumas vitaminas pra você repor também. 
- Pode deixar. Eu vou fazer tudo certinho! 
- Queria que não deixassem ela sozinha pelo menos por um mês.
- Ela vai ficar lá em casa até tudo voltar ao normal. - Minha mãe disse firme e eu não me atrevi a protestar. 
- Então eu já posso ir embora?
- Nada disso, moça. Agora vem a parte da anemia. Você vai ter que receber sangue. Já está no soro desde ontem, mas não foi o suficiente. Está bem debilitada, não tem jeito! Vai ter que fazer a transfusão e depois de vinte e quatro horas vai poder ir embora.

sexta-feira, 24 de abril de 2015

Capítulo 52






Desde o dia que Luan foi até a minha casa terminar nosso relacionamento, a minha vida não foi a mesma. 
Eu não conseguia mais trabalhar direito e ás vezes fazia tudo em casa, por obrigação e não mais com a mesma animação e perfeccionismo de sempre. O meu dia era resumido em trabalhar um pouco no computador, mas pensando durante todo o dia, na hora de dormir. Era isso que eu sempre queria para esquecer, ou tentar, meus problemas. Pelo menos eu sonhava com nossos momentos felizes.
Não queria mais falar com ninguém, ninguém mesmo. Todo dia alguém me ligava, da minha casa, minha amiga e eu nunca atendia, eu só queria ficar sozinha.
A situação piorou quando eu comecei a entrar na internet e ver fotos de Luan com outras em festas. Todos os dias a mesma coisa e eu? Chorava como uma idiota todos os dias também.
Ele fazia questão de até posar para as fotos com algumas. Sempre lindo, não estava nem um pouco abatido. Pra mim ele queria era se livrar mesmo de mim. Sempre com mulheres lindas também. Como eu tinha inveja delas naquele momento e entendia o por quê dele me trocar. Eram muito melhores que eu.
Os dias foram se passando desse jeito, eu não conseguia fazer outra coisa. Nesse momento eu vejo o quão maluca eu fiquei. Obcecada. Foi aí que tudo começou. 
Eu não comia o dia todo, por falta de fome, a noite eu me empanturrava de várias porcarias, pedia pizza, várias coisas, enquanto insistia em ir para a internet ver o que Luan tinha feito naquele dia e eu ainda me surpreendia com as notícias. Todos os dias, a mesma coisa.

                      ...

Eu tinha tomado a decisão de terminar com Nathália e no começo achei que tinha feito a coisa errada, mas não. Eu tinha feito tudo certo. Eu não gostava dela, como ela gostava de mim e para que aquilo não foce longe demais e ela se apegasse de vez, eu tomei essa decisão. Não me arrependo. 
Ela não tinha limites no ciúmes, no grude. Eu gostava de seus carinhos, da forma como me tratava mas ás vezes era insuportável sua insegurança. Ela dizia que me amava mais que tudo na vida e eu ficava completamente sem jeito por não gostar tanto assim dela. Eu tinha sim uma paixão por ela, mas não a amava como ela me dizia. Nosso namoro iria a diante numa boa, por um bom tempo, se ela não fosse tão ciumenta. Eu poderia passar a amá-la como ela me amava também, mas eu não mudo nada na nossa história, nenhuma letra. 
Passei a sair com muitas mulheres, ir para muitas festas. Eu achava que tinha que recuperar o tempo que perdi namorando. Eu achava que só assim seria mais feliz. Naquele momento, realmente foi o que me fez esquecer esse relacionamento, que não durou muito tempo, mas que foi tão conturbado como nenhum outro que eu tive. 
Só dei uma trégua nas minhas saídas, quando tive que viajar para China. Fiz uma turnê por lá durante um mês. Confesso que voltei mais leve e mais sossegado também, não continuaria com aquela vida.
- Mãe! - Gritei antes de chegar na cozinha, onde minha mãe colocava a mesa do café da manhã, enquanto a empregada terminava de preparar as coisas.
- Oi, meu filho! Pensei que só chegaria mais tarde! - Ela me abraçou forte e eu retribui.
- Estava morrendo de saudades! - Beijei seu rosto por diversas vezes e ela riu. 
- Está  com fome? Vamos comer?
- To varado de fome! - Ela riu e pegou minha mochila que estava no meu ombro.
- Mamãe, to com uma vontade de comer panquecas! - Minha irmã chegou na cozinha falando, enquanto eu comia. 
- Vou fazer filha, não quero que meu neto nasça com cara de panquecas. - Nós rimos.
- Já tá com desejo, Piroca?
- Ué! Já chegou? - Ela me abraçou e beijou meu rosto.
- Essa daí tem desejo todos os dias, Luan.
- Eu acho que isso aí é golpe, mãe! - Falei rindo e minha irmã me olhou séria, enquanto colocava suco em seu copo.
- Não é, seu besta!
- Olha, já tá barrigudinha! - Passei a mão em sua barriga e ela sorriu. 
- Tá crescendo tão rapidinho, ainda é muito cedo e eu nem quero ver quando estiver de noves meses. - Fez bico e eu ri dela.
- Vai ficar uma porca de gorda.
- Luan! - Minha mãe gritou. Olhei para Bruna e ela fazia cara de choro. 
- Ah! Sua manhosa! - Baguncei seu cabelo e ela riu. 
- Como foi lá?
- Melhor impossível!
- Um dia eu quero conhecer!
- Você vai amar. Vou levar todo mundo assim que tiver um tempo. Ôh lugar legal!
- Vou cobrar!
- Pode cobrar, mana. E o meu sobrinho? Tá bem?
- Tá sim! E eu acho que é uma menina! 
- Acha é? Poxa, queria um homem.
- Arruma você um menino.
- Deus me livre! - Ri. - Tô muito novo ainda, você que é apressada!
- Sai dessa vida, garoto!
- Cuida da sua, Bruna!
- Tudo bem! - Ela levantou as mãos rindo. - Falar nisso... - Fez uma pausa e eu lhe olhei.
- O que foi?
- Lorenzo me ligou mais cedinho e disse que foi lá na casa da Nathália hoje cedinho e ela estava vomitando. Levaram ela pro hospital e ficou internada.
- Sério? - Me espantei. Minha irmã assentiu. 
- Ela tava sumida desde que terminaram. Não atendia ligação de ninguém e Lorenzo só conseguiu entrar lá porque tem chave.
- É grave? 
- Eu não sei, ele disse que me ligaria mais tarde. - Voltei a comer pensativo.
Não acreditava que ela estava daquele jeito por minha causa, aquilo passava pela minha cabeça mas eu tirei aquela ideia de cogitação.
- Não deve ser nada demais...
- Você vai lá? 
- Eu acho melhor não, Bruna. Terminamos a pouco tempo, o clima ainda tá pesado, mas você vai e diz pra ela que mandei um beijo e melhoras.
- Tudo bem! - Minha irmã suspirou. - Ainda não me acostumo com isso. Queria vocês juntos.
- Não era pra ser!
- Mas vai se acostumando, vão ser padrinhos do meu bebê juntos e vão sempre se ver também no aniversário do Lorenzo, no meu e do meu filho.
- Eu sei disso, Piroca. Somos da mesma família agora, não vai dar pra ficar longe dela pra sempre, mas até lá já estaremos melhor. - Sorri.

             


quinta-feira, 23 de abril de 2015

Capítulo 51




Fiquei em casa mesmo com o meu irmão, preparei algumas coisas para comermos e vimos os fogos pela janela da minha sala. Ligamos para os nossos pais depois que acabou e minha mãe ficou feliz por estarmos juntos.
Luan voltou no dia dois e disse que estava indo para a minha casa. Meu irmão, que tinha dormido ali comigo, arrumou suas coisas e foi para sua casa. Assim que ele saiu, Luan tocou a campainha.
- Oi, amor! - Apesar de tudo, eu não consegui nunca ficar brava com ele por muito tempo.
Puxei seu rosto para um beijo, mas ele apenas selou nossos lábios e se separou de mim. 
- Precisamos conversar!
- O que foi?
- Nathália! - Ele suspirou, se sentando no sofá e eu me sentei ao seu lado. - Você deve tá vendo o quanto o nosso relacionamento mudou. Eu também mudei muito com você e admito! 
- É... - Suspirei.
- Eu juro que não quero te fazer sofrer e acabo fazendo isso sem querer. Então...
- Então?
- Esse tempo sem você, nessa viagem, eu pensei muito, muito mesmo e tomei uma decisão.
- Pensou? Pensou em quê, Luan?
- Em nós dois. Eu precisava desse tempo. Sei que já estávamos um mês longe um do outro, mas eu tava trabalhando muito, não tinha tempo nem de dormir, quem dirá pensar.
- Luan, você tá me assustando!
- Nathália, eu...
- Você o que, Luan?
- Eu quero terminar!
- Hã? - Me levantei e ele me acompanhou, segurando minhas mãos.
- É pro nosso bem! Nosso namoro já está desgastado, talvez não é pra ser. Mas...Vamos ser amigos, como antes.
- Eu não quero sua amizade, eu quero o seu amor! Luan! Eu te amo, não consigo mais me imaginar vivendo sem você. Sem te ligar, ouvir tua voz, sentir seus carinhos, mexer no seu cabelo, acordar com o meu celular tocando de madrugada...Eu não consigo! - Meus olhos lacrimejaram e ele encarou o chão.
- Vai ser melhor pra gente, Nathi.
- Você não gosta mais de mim, não é?
- Eu gosto de você sim, mas...
- Não é como antes!
- Eu não vou mentir pra você. Alguma coisa mudou sim aqui, dentro de mim, mas eu ainda gosto de você e também vai ser difícil viver sem você.
- Eu duvido! - Sussurrei, enquanto chorava.
- Claro que vai!
- Eu sei que você me acha chata, melosa, grudenta, ciumenta, mas eu mudo por você, amor. Eu juro por Deus que eu nunca mais sinto ciúmes de nada, nem de ninguém. Por favor, me dá mais uma chance. 
- Não dá, Nathália! Eu tô precisando mesmo de um tempo.
- Por favor, amor! 
- Me escuta! Vai ser melhor pra gente! - Ele segurou meu rosto com as suas mãos e beijou minha bochecha..- Eu já vou indo.
- Não vai...
- Se cuida! Eu quero que seja muito feliz! - Não lhe respondi. 
Encarei o chão, enquanto as minhas lágrimas caiam e ele beijou minha testa.
Fechei os olhos e só os abri, quando escutei o barulho da porta se fechando. Ele já tinha ido!
Me sentei no sofá derrotada e me permitir chorar alto.
Me arrastei até o meu quarto e me joguei na minha casa. Parecia um pesadelo.
Esbarrei em uma caixinha em cima da cama e a peguei. Era o presente de natal do Luan
Tinha comprado uma aliança para nós dois e mesmo morrendo de vergonha de lhe entregar, por aquele ser o "papel" dele, eu achei a nossa cara e resolvi comprar.
Abri a caixinha vergonha e ás duas estavam ali dentro, com uma cartinha feita por mim pra ele.
Fechei de novo e as coloquei dentro da gaveta do meu criado mudo.
Adormeci em meio das minhas lágrimas e acordei só de madrugada. Com o rosto todo inchado de tanto chorar. Minha fixa ainda não tinha caído que eu não teria mais o meu amor do meu lado.
Eu poderia estar com raiva dele, querendo quebrar todas as nossas fotos que estavam espalhadas pelo quarto, mas não. Eu as admirava e lembrava de cada momento feliz que passamos. Deixaria todas ali.

quarta-feira, 22 de abril de 2015

Capítulo 50





Aquele meu natal, foi o pior que eu já tive. Nunca tinha passado um natal sozinha na minha vida.
Eu jantei, comi a sobremesa que tinha preparado, vi um pouco de TV e fui dormir bem cedinho. Uma hora da manhã.
     
                 ...

Eu estava tão confuso em relação a Nathália e o nosso relacionamento. Eu não sabia se gostava mais dela como antes. Estava realmente muito confuso. 
Resolvi passar aquelas datas separado dela para dar um tempo pra mim mesmo. Ela era tão grudada em mim, que se eu lhe chamasse para ir comigo, com certeza não me daria tempo pra pensar em nada.
Até fui um pouco repreendido pela minha mãe, mas eu precisava daquele tempo pra mim e minha família.
- Poxas, Lu, por que minha cunhada não veio?
- Não é bom vivermos grudados sempre, Bruna.
- Nossa, mas vocês estavam um mês separados.
- É melhor assim! - Ela percebeu que eu não queria prolongar aquela conversa e saiu da cozinha, onde tomávamos café, indo para piscina onde minhas primas já estavam.
Confesso que consegui esquecer um pouco as coisas e me divertir bastante com os meus parentes. 
Ficamos na minha chácara até o dia 30 e de lá, voltamos para São Paulo e fomos para o aeroporto, rumo á Cancún. Voltei a pensar em Nathália e em como ela estaria, no avião, já que não tinha ligado um só dia para ela. Mas eu tinha na cabeça que ela estaria bem com sua família, já que tinha postado um foto linda na véspera de natal. 

             ...

O ano novo tinha chegado e mais uma vez eu estaria sozinha. Meus pais tinham me ligado, dizendo que iriam prolongar a viagem para aproveitar a pequena férias da minha mãe, que era coisa rara.
- Nunca pensei o quanto é ruim a solidão! - Falei sozinha e ri triste.
Falei com minha amiga pelo face time por horas naquele dia, o que me animou um pouco. Ela me dizia para  ir para o Rio de Janeiro e passar o ano novo na praia, mas eu não queria.
No final da tarde, eu tomei um banho e resolvi ligar para a Bruna. Eu não iria ligar para o Luan pelo simples fato dele não ter me ligado, então não queria falar comigo. Lorena também me dizia que ele poderia estar se sentindo sufocado demais, então comecei a pensar naquela hipótese também.
- Cunhada? Que bom que ligou! Feliz ano novo! Que saudade de você!
- (risos) Feliz ano novo, Bruninha! Dá um beijão nos seus pais por mim.
- Pode deixar! E você, tá aonde?
- Eu? To...Em casa! 
- Vai passar o ano novo ai?
- Eu não sei, Lorena me deu a ideia de ir para o Rio de Janeiro, estou pensando nessa hipótese. - Ri. Só falei aquilo para não parecer que eu estava sozinha e ela contar para o Luan.
- Ah, vai sim! Deve ser o máximo passar o ano novo lá! Meu sonho!
- Então no próximo ano vamos eu e você.
- Vamos sim! - Ela riu e eu lhe acompanhei. - Luan está por perto. Quer falar com ele?
- Ah...Ele está do seu lado?
- Não! Está perto da piscina com os meus tios. Estão bebendo! - Ela riu. - Pode deixar que eu tô tomando conta dele pra você.
- Ah...- Ri fraco. - Pode deixar. Deixa ele se divertir ai. Depois nos falamos. - Menti.
- Então tá...
- Vou te deixar em paz também. Beijão!
- Ah para! Eu adoro conversar com você! 
- (risos) Eu também gosto, Bruninha! - Acabou que eu conversei um pouco mais com a minha cunhada e só depois nos despedimos.
Pelo jeito, Luan estava realmente se distraindo com a família e tinha esquecido de mim. Me bateu uma tristezinha, mas eu logo tratei de parar de pensar nele.
Decidi ligar para o meu irmão e ri de mim mesma. Tirei o dia pra ligar pra todo mundo, encher o saco.
Fiquei por horas conversando com ele também e pra ele eu abri o jogo de tudo, que estava sozinha.
Ele me disse que iria voltar para ficar comigo e eu disse que não era para ele fazer aquilo, mas não teve jeito, ele desligou o telefone na minha cara e no começo da noite ele tocou a campainha da minha casa.
- Não precisava, irmão! - Disse, enquanto nos abraçávamos forte.
- Claro que sim! Que doida, Nathália, por que não disse antes que ficaria sozinha aqui desde o natal? Papai mandaria na hora sua passagem pra BH! - Nos sentamos no sofá.
- Por isso mesmo! Eu não queria dar o braço a torcer ainda mais pra ele, que não aprova meu namoro.
- Você é muito orgulhosa, baixinha! - Ele bagunçou meu cabelo e eu ri fraco. - Mas o Luan pisou na bola mesmo!
- Deixa isso pra lá, vai...Você também não foi com a Bruna!
- Mas foi tudo combinado antes e nós decidimos isso juntos! 
- O que a gente vai fazer hoje?
- Não sei...Você que manda!
- Estraguei seu final de ano...Pra quê eu fui te ligar?
- Para, Nathália! Você é minha irmãzinha e eu te amo! Ficar com você é muito melhor do que ficar com aqueles marmanjos! - Ele riu para me animar e eu lhe acompanhei, lhe abraçando em seguida.


Capítulo 49


Indicando, amorees! http://ficsproluan.blogspot.com.br/?m=1


- Mas ele falou que passaria o natal e o ano novo com você, amiga? 
- É...Realmente ele não tinha me dito nada, mas eu pensei, afinal, somos namorados. Ele falou que viria no dia vinte e três e pra mim, ficaria até o dia vinte e cinco, pelo menos.
- Mas amiga, pensa pelo lado dele também, sempre passa com a família é tradição. 
- Mas eu pensei que ao menos me chamaria...Será que ele tá me esquecendo? Acho que não tá me amando mais. 
- Para com isso! - Minha amiga me abraçou.
Conversava com Lorena sobre o Luan. Eu tinha sentido e muito por ele ter ido embora e falar que só nos veríamos depois do ano novo, depois de um mês separados. 
- Eu to te atrasando, Lo. Vai lá!
- Eu to morrendo de dó de te deixar aqui...Jura que vai ficar bem?
- Vou sim, amiga! - Sorri fraco. - Faz muito tempo que não vê seus pais, tem que ficar pertinho deles mesmo.
- Tem certeza que não quer ir comigo? - Neguei.
- É um momento muito familia, não vou me sentir bem. Pode ir tranquila! - Me despedi da minha amiga, que estava de viagem marcada para Porto Seguro, sua cidade natal, para passar o natal e o ano novo com seus pais.
Assim que Lorena saiu da minha casa, me lembrei dos meus pais e peguei meu telefone para ligar pra casa deles. Chamou até cair e eu estranhei, era para estarem em casa. Então liguei para o celular do meu pai.
- Oi, Nathália.
- Pai? Aonde estão? Tô ligando pro telefone fixo e ninguém me atende.
- Estamos em Belo Horizonte, filha.
- Hã? Viajaram quando? Por que não me contaram?
- Viajamos hoje de manhã. Não te contamos porque achamos que não iria querer saber, já que não dá mais a mínima para nós. - Pela primeira vez, me senti muito culpada.
- Me desculpa... - Falei baixo.
- Já é um avanço, você pedindo desculpas. - Não respondi. - O que aconteceu?
- Na-nada. Só queria dar um abraço em vocês de feliz natal.
- Quando a gente voltar nos falamos, filha. Seu presente já está lá em casa.
- Não precisava, pai. - Sorri.
- Sabe que sim! 
- Manda um beijo pra mamãe e pros tios, ai!
- Pode deixar! 
- E Lorenzo?
- Foi pra um sítio com um amigo.
- Então tá, papai. Beijos! - Me despedi do meu pai e me deitei na cama derrotada.
Pelo visto, eu ficaria sozinha naquele natal. 
Não tinha coragem de dizer ao meu pai que Luan não tinha me convidado pra passar o natal com ele. Não tinha mesmo.
Resolvi que tentaria não me abalar por causa daquilo e fui para sala, montar minha árvore de natal. 
Também preparei o que eu comeria de noite e na hora certa, eu me arrumei. 
Era triste olhar aquela mesa e não ver mais ninguém, principalmente minha família, mas tinha plena consciência que eles não estavam ali por culpa minha mesma.
Coloquei meu celular para bater uma foto no automático e me posicionei em frente a linda árvore de natal que eu tinha montado. Eu fingiria sim que estava feliz naquele natal. 
Postaria a foto só para o Luan ver.



Feliz natal pra todo mundo!

Um minuto depois, Luan tinha curtido minha foto e ainda comentou o quanto eu estava linda. Revirei os olhos. Como se ele se importasse.




Peço que tenham mais um pouco te paciência, sei que estão se esgotando por isso dei o ar da graça hahahahah pra não ser xingada nesse ou no próximo capítulo, mas TUDO dá certo no final, vocês sabem, não é? E não vai demorar! Só digo que o capítulo de amanhã é a grande decisão e dai pra frente vai ter muitaaaaas surpresas. Quem quiser continuar comigo, é só aguardar e ter PACIÊNCIA haha.
PS: Sei que esse capítulo ficou pequeno, eu fiz ele na semana passada, mas agora que tô vendo que tá pequeno demais, então eu vou postar outro daqui a pouco :*

terça-feira, 21 de abril de 2015

Capítulo 48





Acabou que eu não fui  no tal churrasco que teria na casa do Luan. Eu não estava falando direito com ele e por isso, não teria motivos para ir e depois ficaria um clima chato entre nós, então fiquei em casa mesmo.
Estava um friozinho gostoso e eu me aconcheguei de baixo da minha coberta, fiz uma pipoca e passei o dia e a noite vendo filmes de comédia.  Meu favorito.
O dia que  estava me deixando tão apreensiva chegou. A segunda feira que Luan chegaria de viagem.
Foi o dia que marcamos para conversarmos sobre nós dois, e eu estava com medo daquela conversa.
Ás cinco horas da tarde, ele me ligou dizendo que não voltaria mais naquele dia.
- Por que? 
- Vou emendar esse mês de show. Vou pro Paraguai amanhã.
- Ah...
- Tenho uma entrevista agora. Beijão!
- Beijos! - Ele ainda não estava cem por cento comigo, porém estava bem mais calmo.
Resolvi passar minha semana trabalhando também, pra esquecer um pouco dos problemas da minha vida pessoal. Mais cantores queriam que eu os produzissem e eu ficava feliz com aquilo.
Cada vez tendo mais trabalho. Meu cachê já se multiplicava e eu não dependia mais dos meus pais para nada. Claro que aquilo tinha grande influência do Luan, porém, todos gostavam bastante do meu trabalho.

(...)

Ás semanas se passaram, Luan estava a mil no trabalho e já tinha até esquecido da conversa em que teríamos, me fazendo agradecer mentalmente. Eu não queria mesmo ter essa conversa com ele.
Confesso que eu ainda sentia ele um pouco distante de mim, mas já me ligava todos os dias, já me chamava de amor e dizia que me amava. Tinha esperança que tudo voltasse como era antes.
O natal já estava chegando e uma semana antes, ele me ligou para dizer que iria no dia 23 para a minha casa.
- Prepara uma comida bem gostosa, amor.
- (risos) Tá se aproveitando de mim, só porque eu disse que tô aprendendo a cozinhar, né?
- Quero ver isso aê...Sei não!
- Seu palhaço! Tô ótima na cozinha já!
- Isso eu só posso afirmar quando eu chegar ai.  - Ficamos conversando por horas naquela noite, até o sono me vencer e eu ter que me despedir dele.
Já estava morrendo de saudades, já que tinha mais de um mês que não nos víamos.
Como eu havia prometido ao Luan, eu mesma fiz nosso jantar, no dia em que ele chegaria, e uns petiscos.
Luan chegou  na minha casa varado de fome. Tinha ido direto para lá. Deixou sua
mochila no chão e foi tomar um banho. Comemos algumas coisas primeiro e depois jantamos.
Bebemos um vinho que eu tinha comprado para nós e ficamos conversando até de madrugada.
Luan começou a beijar minha boca e logo passou para o meu pescoço, me arrepiando.
- Aí não, amor...
- Aqui sim! - Ele riu abafado pela minha pele, me arrepiando mais uma vez.
- Eu não posso...
- Por que, não?
- Tô de tmp! - Me afastei dele, que fez careta.
- (risos) Chateei agora! - Nós rimos e nos deitamos na cama.
- To cansadinha e você?
- Também...Fiquei sabendo que trabalhou bastante esse mês também.
- Foi sim! Acho que meu estúdio tá crescendo.
- Acha? - Rimos. - Você merece!
- Vamos dormir, então? - Ele assentiu e eu me virei de costas para ele, esperando sua mão na minha cintura.- Amor, me abraça! Eu quero dormir de conchinha com você! 
- Ah, pra quê essa melação toda? - Ele riu. 
Poderia até ter sido uma brincadeira, mas aquilo me magoou. Eu sentia que era muito melosa com ele e aquilo foi a prova viva de que era mesmo.
- Por que não quer dormir de conchinha comigo? - Me virei para lhe olhar.
- Não é que eu não queria, Nathália, é só...
- Poxa...Você não me ama mais?
- O que é isso, Nathália?
- Você tá um pouquinho distante de mim. Nada é mais como no começo e agora não quer nem me abraçar pra dormimos juntinhos.
- Que drama, menina!
- Drama nada! Eu sinto porque te amo muito!
- Para com isso... - Ele disse, assim que viu que eu chorava. - Cara, tava tudo bem, por causa de uma fala idiota você quer brigar? Tudo é motivo pra brigas!
- Eu não quero brigar.
- Não parece! Isso cansa, sabia? 
- Tá casando de mim, né?
- Olha só! - Ele bufou, passando as mãos pelo rosto e se afastou de mim na cama.
Resolvi não dizer mais nada para não piorar as coisas. Enxuguei minhas lágrimas e fechei meus olhos para tentar dormir.
Acordei no outro dia com uma agitação no quarto e abri meus olhos devagar.
- Luan?
- Oi... - Ele vestia sua calça. Me sentei na cama.
- Aonde você vai?
- Vou pra casa...
- Vai levar a mochila? Mas você disse ontem que já eram suas roupas limpas. Deixa aqui.
- Eu não vou voltar.
- Por quê? - Me assustei.
Ele se levantou de onde estava e se sentou mais próximo de mim.
- Eu vou passar o natal com a minha família e depois vou viajar, tá?
- Vai viajar?
- É vou passar o ano novo fora, como todos os anos.
- Ah...Vai pra onde?
- Pra Cancún!
- Lugar lindo...
- É sim! Eu já fui pra lá umas duas vezes. Feliz natal e feliz ano novo, meu amor! Eu vou pra chácara hoje mas se der, antes de ir pra Cancún eu passo aqui. - Assenti e ele puxou meu rosto, selando nossos lábios.
- Feliz natal! - Falei baixo e ele sorriu, antes de pegar suas coisas e sair dali.




segunda-feira, 20 de abril de 2015

Capítulo 47




Assim que cheguei no estúdio já encontrei Dudu na porta.
- Chegou, Nathi. Vamos entrar?
- Que alegria é essa? - Ri dele, que me acompanhou.
- Eu to recebendo um cantor internacional que quer gravar uma música com algum cantor brasileiro e me procurou. Não é o máximo? Vai para o seu CD.
- Nossa! Que legal, Dudu! Já tá sendo conhecido internacionalmente. 
- (risos) Que nada! E eu chamei você porque quero que trabalhe em mais nessa comigo. Confio demais no seu trabalho. 
- Tá falando sério?
- Tô e o cachê é bem alto. - Ele riu e eu o acompanhei. - Fui ali na frente comprar uma água pra ele. Acredita que logo hoje acabou a água aqui do estúdio? - Nós entramos e eu respirei fundo ao ver quem estava sentado conversando ao lado do cantor, que Dudu estava me apresentando.
- Muito prazer... - Ele falava o português com dificuldade. 
- O prazer é todo meu! - Sorri.
- Você é...Muito linda!
- Obrigada! - Eu fiquei vermelha de vergonha e os dois riram de mim. 
Não falei com Luan e me sentei um pouco afastada dele. Acho que Dudu nem notou, de tão empolgado.
Começamos a conversar sobre o que ele queria e foi aí que eu descobri que Luan que gravaria a tal música com ele, aliás, com eles. Era uma banda, mas só o vocalista estava presente.
- Já ouviu falar de Florida Georgia Line, Nathália?
- Já sim, Dudu! Já o reconheci desde que cheguei.
- (risos) Que ótimo! - Voltamos a conversar e até eu estava animada com aquele trabalho e já sabia até o que faria com aquele dinheiro. Trocaria de carro. Ri dos meus pensamentos.
Não que me carro fosse ruim e meus pais não tivessem condições de me dar outro, pelo contrário.
 Mas eu não queria que eles me dessem e sim comprar com o meu dinheiro. 
O cantor era bem animado, cheio de ideias e bem simpático também. Já Luan, que sempre foi de tagarelar e muito nessas horas, só falava o necessário e sorria quando necessário também. Mas eu nem liguei para ele.
Em uma hora passou pela minha cabeça que ele estivesse com ciúmes de mim e eu sorri mentalmente.
Eu queria sentir um pouco daquilo, me sentir amada por ele e pra mim aquilo era uma demonstração, já que eu o amava tanto e morria de ciúmes, se ele sentisse também é porque me amava do mesmo jeito.
Então comecei a investir nessa ideia e a cada elogio que o cantor me dava, eu sorria e agradecia, sem vergonha nenhuma. 
Ás vezes quando ia falar a minha opinião, colocava a mão em seu braço. Nada demais, porém, o suficiente para ele começar a me olhar mais.
Eu nunca que deixaria aquilo ir longe demais, muito menos ele avançar o sinal comigo, mas queria que Luan sofresse na pele tudo que eu passava sentindo.
Ás horas se passaram rápido e logo nossa primeira reunião, foi encerrada.
- Amanhã ... - Ele pensava nas palavras que iria me dizer, enquanto eu ria. - Você vai na casa do Luan? Ele vai me receber lá, junto com o Dudu.
- Nossa, você tá falando o português muito bem! - Rimos. - Eu vou sim!
- Você também produz as músicas dele, não é?
- É sim, cara! Além de produtora, a Nathi também tem o cargo de namorada do Luan. - Dudu disse rindo.
Ele me olhou sem graça e logo depois para o Luan. Acho que pelas olhadas que tinha me dado a reunião toda. Então, na hora de se despedir, apenas se despediu de mim com um aperto de mão.
Deveria ser um homem sério, claro, e não me "cantaria" mais. 
Dudu tinha acabado de acabar com o meu plano.
- Querem uma água?
- Eu aceito, boi! - Luan pediu e Dudu saiu dali, nos deixando a sós.- O que foi aquilo? - Ele me olhou sorrindo e eu não entendi.
- Aquilo o quê?
- Como, o quê? Você dando deixa pro coitado a noite toda. - Ele riu e eu o matei em pensamento, de tanta raiva.
- Quem disse que eu dei alguma deixa pra alguém?
 - Eu vi, Nathália. Não se jogou em cima dele, mas fazia como se quisesse a mesma coisa que ele.
- Você tá vendo demais...
- Pois fique sabendo, que isso não me atingiu em absolutamente nada! - Ele se aproximou de mim e eu virei meu rosto.
- Eu não queria que atingisse!
- Ah, não? Eu duvido! Queria fazer joguinho comigo, mas não funcionou. Além do mais, mesmo que tivesse funcionado, eu não sou o louco do ciúmes, feito você.
- Olha como você fala de mim, Luan! - Eu voltei a olhá-lo.
Ele já estava mais perto e também me encarava sério.
- É isso mesmo, Nathália! Você não sabe se controlar! Queria me fazer sentir ciúmes? Não funcionou mesmo, até porque eu te conheço o bastante pra saber que você estava fazendo aquilo de propósito.
- Ah, Luan...Quer saber? Vai se ferrar e me deixa em paz!
- Você é maluca?
- Não, mas você está me deixando!
- A gente precisa conversar civilizadamente, porque como está, não dá pra ficar.
- Eu não quero conversar nada com você... - Me afastei dele e encarei o chão.
Eu não queria ter aquela conversa.
- A gente tem que conversar. Não haja como uma criança! Não dá pra fugir disso!
- Eu não quero, tá bom?
- Não...Não está nada bom. A gente vai conversar sim e vai ser quando eu voltar de viagem na segunda feira. - Eu não disse nada e nós ficamos alguns segundos em silêncio. - Você vai lá na minha casa, amanhã mesmo? Eu vou fazer um churrasco e chamar uns amigos.
- Não sei... 
- Tudo bem! Você que sabe. - Escutei seus passos e quando levantei minha cabeça, ele já não estava mais ali.

sexta-feira, 17 de abril de 2015

Capítulo 46





Ficamos em silêncio, até que ele foi quebrado por uma batida na porta do quarto do Luan e ele foi atender, enquanto eu tentava secar meu rosto e melhorar minha cara.
- Oi, mãe.
- Oi, amor! Eu vim te chamar pra almoçar, já é tarde.
- Ah...Eu acordei agora!
- Imaginei, por isso vim! - Ela riu. - Nathália! Vamos almoçar com a gente também? - Me virei para olhá-la e tentei dar meu melhor sorriso. 
- Eu já almocei, dona Marizete. Obrigada!
- De jeito nenhum! Vamos sim, ou eu vou ficar chateada.
- Eu já comi mesmo...
- Luan, vai colocar uma roupa e você vai sim! Pode comer de novo. Você e a Bruna podem comer quantas vezes quiserem de tão magrinhas. - Ri dela e Luan foi fazer o que pediu.
Fomos para casa dos pais do Luan. Depois que eu fui me tocar que Luan tinha dormido em sua casa e não com eles, o que era uma coisa bem rara, já que ele não gostava de ficar sozinho lá. 
Agradeci mentalmente pela minha sogra não ter ouvido a nossa briga.
A mesa já estava posta e todos, já se preparavam para comer.
- Cunhada! - Bruna me abraçou feliz e eu ri.
- Até que enfim, boi, já tava morrendo de fome e nada de você chegar. A tia não deixou ninguém comer sem o bebezinho dela na mesa.
- Ih...Eu sei que eu sou o mais amado pela minha mãe. - Luan riu e se sentou ao meu lado.
- Cala a boca, Luan! - Bruna gritou.
- Dormiu sozinho hoje, Luan. Milagre! Sua irmã disse que preferiu ficar na sua casa. - Meu sogro puxou assunto, assim que começamos a comer.
- É...Sei lá! Eu quis dormir lá. Acho também que já tá na hora de eu sair de baixo das asas de vocês. Tô ficando velho! - Ele brincou, fazendo seu pai ri.
- É...Pensando por esse lado!
- Vai ficar lá direto? Vou me mudar pro seu quarto, então, e pintá-lo de rosa.
- Bruna! Nunca que meu quarto vai virar isso. Não vou dormir lá sempre e mesmo que fosse, o quarto sempre será meu.
- Meu Deus! Tem quarto pra todo mundo! - Marizete disse rindo.
- O do Luan é maior! - Bruna resmungou.
- Um metro, Bruna! - Seu pai também riu. - E você, minha nora? Tá morando sozinha, não é? Bruna nos disse.
- Estou sim! Até que estou me saindo melhor do que eu mesma pensava. 
- Sua mãe deve está...
- Quase pirou, Marizete, mas como o Luan disse, eu não posso morar com eles pra sempre. To na fase de mais privacidade.
- Eu te entendo...Mas ó, Luan está dormindo sozinho em casa, você está morando sozinha, já podiam juntar as coisas e viverem em uma casa só. - Ela disse e eu ri fraco.
Dei uma garfada e olhei de relance para Luan, disfarçadamente, que também mastigava sério, enquanto olhava pra sua frente.
- Tá muito cedo ainda, mãe! Se acalma! 
- Ué, vocês hoje em dia são tão modernos e já que estão morando sozinhos os dois, podiam juntar as coisas e pelo menos vão ter a companhia um do outro.
- Ainda tá cedo sim...(risos) Ainda não tô preparada. Quero me casar primeiro!
- Ah, gostei que você é tradicional! 
- Sou bastante sim...Gosto de tudo bem certinho. E também sou a favor de namorar por bastante tempo, pra gente conhecer bem a outra pessoa e ver se realmente queremos ter uma vida do lado dela, na mesma casa, dividindo as mesmas coisas. Não pretendo me casar pra me separar. - Olhei de novo para Luan, que dessa me olhava um pouco surpreso. Ele estava ciente da indireta.
Depois do almoço, eu inventei uma bela desculpa e com muito custo me deixaram ir embora.
Luan estava para o seu quarto com seu amigo e eu aproveitei aquela deixa para sair sem me despedir dele, mas claro que falei com sua mãe que já tinha o falado que estava indo embora.
Deitei na minha cama, assim que eu cheguei em casa e pensei. Pensava o que eu iria decidir da minha vida, do meu relacionamento. Pensei tanto que caí no sono.
Acordei de noite com mensagens de voz do Dudu, que eu logo abri e era uma reunião marcada para o outro dia, bem cedinho. Apenas falei que iria e nem queria saber o motivo. Não estava com cabeça para conversar, muito menos de trabalho.
O dia passou rápido e eu decidi dá um tempo pra mim do Luan e dele de mim. Desliguei meu celular e resolvi passar o dia inteiro no shopping, depois passei em um salão de beleza.
Na manhã seguinte, acordei um pouco mais disposta. Tomei um banho e fui para o estúdio do Dudu, agora sim, curiosa para saber o que poderia ser. 
Nem sabia se Luan também iria, mas estava torcendo para que não.

quarta-feira, 15 de abril de 2015

Capítulo 45





- Oi...
- Tava dormindo? 
- Aham, cheguei tardão ontem. - Ele riu. - E você?
- Cheguei cedo, comparado a você.
- O que foi ? Tá estranha.
- To normal!
- Não mesmo. Você sempre é tão...
- Melosa? É eu resolvi não ser tanto mais.
- Eu não ia dizer essa palavra, amor e aliás, eu gosto do seu jeito. 
- Então tá. Depois do almoço eu posso ir ai na sua casa?
- Pode, claro! Mas depois do almoço que você diz é que horas?
- Eu vou almoçar e vou, não sei a hora!
- Tá, mas eu vou voltar a dormir...
- Não tem problema, eu te acordo! Beijos! - Eu desliguei rápido.
Eu não aguentava mais ser tão ciumenta, mas eu sentia que sempre tinha motivos. 
O que eu podia fazer se o amor que eu sempre senti foi imenso? E além do mais, no começo, Luan nunca fez muita questão de evitar alguma mulher por causa do meu jeito, que ele conhecia muito bem. 
Eu sempre ficava com mais raiva delas e depois quase me batia por isso. Ele também tinha culpa. Pelo menos pra mim. 
Depois de acordar de vez pra vida, me levantei da cama, me troquei e almocei bem pouco e rápido.
Como Luan havia dito, ele ainda continuava dormindo e como o meu prometido também, eu o chacoalhei.
- O que foi?
- Acorda! Eu quero falar com você! - Eu falei séria e aos poucos ele foi abrindo seus olhos.
- Nossa, o que foi? - Ele se assustou comigo e se sentou devagar na cama, ainda bocejando. - Aconteceu alguma coisa?
- Aconteceu, Luan! - Eu com raiva. - Aconteceu que você é um idiota e eu quero te matar. Tá bom pra você? - Seus olhos se espremeram, formando uma interrogação em seu rosto.
- O que foi que eu fiz dessa vez, Nathália? 
- Eu que pergunto aqui e quero uma explicação pra isso. - Eu joguei meu celular na cama, ao seu lado.
Já com a página daquela matéria aberta.
Luan o pegou ainda sem entender e leu tudo bem calmo.
- (risos) Vai dizer que você acreditou nisso? - Ele me olhou. - É sério? Tem certeza que não é outra coisa, porque isso é ridículo!
- Realmente essa matéria é totalmente ridícula!
- Pelo amor de Deus, Nathália! Você não sabe o quanto esse povo inventa?
- Eles podem aumentar, mas se escreveram isso porque alguma coisa aconteceu...
- Para com isso! Se você acreditar sempre no que escrevem, nem precisamos seguir em frente com nosso relacionamento.
- Ás vezes eu acho que é isso mesmo que você quer e só está esperando uma desculpa...
- Não diz besteira! - Ele se levantou da cama.
- Me fala o que aconteceu nessa merda de festa.
- Eu já disse que não aconteceu nada, é tudo mentira!
- Luan! - Eu gritei e ele se assustou.
- Você tá duvidando? Então você vai ali na casa da frente e bate no quarto da minha irmã. Pergunta ela, o Marquinhos não foi embora, também.
- Não! Eu não vou perguntar nada ninguém! Só quero ouvir a verdade de você! - Eu continuava gritando.
- Eu to dizendo a verdade, caramba! - Ele também já estava exaltado. - Eu só dei uma carona ela pro hotel, porque não é daqui e foi pro casamento sozinha. Ela me pediu e nós a deixamos em seu hotel. - Ele falou mais calmo.
- TA VENDO! EU SABIA! Sabia que ai tinha coisa, ninguém nunca inventa nada por completo. Que droga, Luan! 
- NATHÁLIA, CALMA! - Ele segurou meus braços e eu comecei a chorar. - Para com isso, cara!
- Olha o que você faz comigo...Custa me respeitar?
- Eu te respeito, caramba. Você que tem ciúmes até da minha sombra!
- Eu tenho, Luan...Eu tenho mesmo, porque você me dá motivos.
- Que motivos eu te dou? - Ele me olhou incrédulo e eu tive vontade de socá-lo. - Você quer o que? Que eu não tenha mais amigas? Eu não posso mais chegar perto de nenhuma mulher. 
Mas isso não rola na minha profissão, entende? Eu sou famoso, eu não posso deixar de falar e nem me afastar de ninguém, muito menos com as minhas amizades, que são apenas isso. A maioria das minhas fãs são mulheres!
- Eu sei disso! E eu não tenho ciúmes das suas fãs e eu já falei. Mas dessas outras eu tenho sim e queria mesmo que você se afastasse de todas.
- Eu já disse que isso tá fora de cogitação! Pelo amor de Deus! Você vai ficar maluca desse jeito!
- Mais do que eu já tô? Que ódio de você, Luan! 
- Para e tenta entender...Isso é muito exagero.
- Porque eu tenho que mudar e você não? Eu tenho que deixar o meu ciúmes de lado, mas você não faz a mínima questão de me agradar.
- Eu não faço questão de te agradar? Olha o que você tá dizendo...
- Eu sei muito bem o que eu tô dizendo. 
- Eu já disse que não rola! E eu vou repetir, você tem que entender...Como nosso namoro vai adiante assim, Nathália? - Ele me olhava mais calmo.
- Que saco, Luan... - Eu voltei a chorar. - É sempre assim. Sempre sou eu que tenho que mudar pras coisas darem certo, sempre eu sou a errada e você é sempre o certo. Sempre sou eu que tenho que desmarcar algum compromisso pra me encontrar com você e você nunca pode desmarcar nada. Eu mudei de casa por sua causa, eu não falo direito com meu pai por você e você? Nunca fez questão de fazer nada por mim.
Não...Eu não tô te cobrando nada, mas eu tive que falar. É sempre assim! 
Bem que meu pai falou...
- O que seu pai disse?
- Eu deixei de viajar com eles por sua causa e você nunca pode adiar um almoço com sua mãe pra gente sair. - Eu limpei minhas lágrimas, em vão, já que não paravam de cair.
- Entende...Eu venho pra casa pouco e você pode ver os seus pais todos os dias.
- MAS SÃO MEUS PAIS, CARAMBA! E EU SEMPRE FAÇO QUESTÃO DE BRIGAR COM ALGUÉM DA MINHA CASA QUE FALE MAL DE VOCÊ. EU NÃO SUPORTO.
EU SEMPRE DEIXO CLARO QUE VOCÊ É O AMOR DA MINHA VIDA, QUE EU AMO VOCÊ MAIS QUE A MIM MESMA E VOCÊ? E você, Luan? Você não faz questão de nada disso e antes...Antes eu não sentia, só que agora eu sinto. Nessas horas que eu sinto. Tenta uma vez na vida mudar alguma coisa por mim...
- Não depende de mim. É minha carreira e eu não posso simplesmente me afastar das pessoas e depois dizer em uma entrevista. "Minha namorada que não gosta que eu fico perto de mulheres, então, por isso eu me afastei das minhas amigas e tento me afastar de todas." 




Comenteem pra mim! To sentindo falta de muita gente! Bjss!



terça-feira, 14 de abril de 2015

Capítulo 44




O dia do jantar na casa do Luan chegou e eu confesso que estava morrendo de nervosismo. Meu irmão tentou me acalmar o dia todo, mas não teve jeito.
Me arrumei no final da tarde e fui para casa do Luan no começo da noite, queria chegar primeiro que meus pais e consegui. Meu namorado ainda tomava banho e eu fiquei ajudando a minha cunhada a se arrumar.
Ela estava uma pilha, sorrindo atoa e em dúvida sobre que vestido usaria, já que tínhamos ido fazer compras, no dia anterior. Compramos várias coisas para o seu bebê também.
Descemos os três para a sala, depois de alguns minutos e nos sentamos no sofá, esperando a campainha tocar, o que não demorou muito.
Apesar de tudo, meu pai não foi mal educado com o Luan nem nada, mas estava sempre sério e conversava somente sobre a gravidez da Bruna com os meus sogros e Luan, como o prometido, ficou na dele a noite toda, eu também só falava no que Bruna me incluía, ela percebia o climão.
- E fiquem tranquilos...Que assim que quiserem, Lorenzo casa. - Meu pai disse, assustando meu irmão.
- Não, o que é isso! Não tem necessidade de casamento agora. Quando a criança nascer e os dois sentirem necessidade, eles casam. Hoje em dia é comum um filho antes do casamento. - Meu sogro disse.
- É sim, mas o meu filho é responsável e ele vai cumprir com tudo. Não parece mais é!
- Ôh, pai! - Lorenzo disse baixo, entre dentes.
- É a verdade...Se fosse tão responsável como pensei que fosse, não teria engravidado ninguém antes da hora.
- Fica tranquilo, seu Murilo. A Bruna também foi irresponsável e os dois vão arcar com tudo. - Minha sogra disse.
Meu pai sempre foi um homem das antigas. Já tinha feito as pazes com o meu irmão, mas sempre que surgia o assunto da gravidez da Bruna, o culpava. Pra ele a culpa disso acontecer era toda do homem.
- Fico mais aliviado que estejam tranquilos.
- Não tem mais o que fazer. Também tomamos um susto, mas agora já foi! E ficamos feliz por ser com o seu filho, gostamos muito dele e da Nathália. São bons meninos! - Seu Amarildo disse e eu lhe lancei um pequeno sorriso, que foi retribuído.
- São sim...Só espero que ela também não cometa o mesmo erro. - Meu pai me olhou brevemente e eu suspirei, ficando sem graça. Luan também tinha ficado.
- Não vejo a hora de saber o sexo! - Bruna disse, com a boca cheia de mousse de chocolate, nos fazendo ri e sua mãe lhe repreender. Ela sempre tentando acabar com o clima.

(...)

- Luan, eu já disse que não vou, amor!
- Vai me deixar ir sozinho mesmo?
- A sua irmã não vai com você? E um amigo...
- Eles vão, mas eu queria ir acompanhado por você.
- Eu também, mas não vou. Tenho vergonha.
- Que vergonha, Nathália? Para com isso!
- Não vou! - Fiz um bico imenso, mesmo que ele não pudesse me ver.
Estava em uma pequena discussão com Luan via celular. Ele insistia para que eu fosse com ele em um casamento de um de seus amigos famosos, mas eu não queria ir simplesmente por não ter sido convidada.
- Eles não sabem que você é minha namorada, até porque não anunciamos ainda.
- Eu sei, e isso é mais um motivo pra eu não ir. Vão ver nós dois juntos.
- Eu falo que você é amiga da minha irmã...Nathália, já está na hora mesmo de anunciarmos.
- Eu sei, amor. Fico feliz que já queira falar pra todo mundo, mas não quero que descubram assim.
- Tudo bem, vai...
- Vai ficar bravo comigo?
- E eu consigo? - Ele riu fraco e eu lhe acompanhei. 
- Posso te pedir uma coisa?
- O que?
- Eu vou jantar com a Lorena, então, está bem?
- Tá...Mas olha lá, em!
- (risos) Pode deixar, amor! 
- Beijos, te amo!
- Te amo! - Eu desliguei o celular rindo e fui escolher a roupa que usaria de noite, já que era bem tarde.
Liguei para minha amiga que fez um escândalo, dizendo que eu finalmente teria me lembrado dela, me fazendo ri. 


Indo matar a saudade da amiga sumida!

- Eu que sou sumida, não é ? - Ela guardou o celular, assim que chegamos ao restaurante.
- (risos) Besta!
- Agora, você é boba, em amiga! Podia estar lá agora, rodeada de famosos. 
- Eu não! - Dei de ombros. - Ia de penetra na festa dos outros?
- O convite do Luan Santana não conta?
- Por um acaso é o Luan Santana o noivo? - Ela riu. 
- Não...
- Graças a Deus, não!
- Nem se você fosse a noiva, amiga?
- Aí eu já pensaria no caso. - Rimos.
Pedimos nosso jantar e passamos horas e horas colocando a conversa em dia. Tinha me esquecido o quanto minha amiga era palhaça.
Cheguei em casa duas horas da manhã e estava cansada, então resolvi nem ligar pro Luan, que ainda estaria curtindo a festa.
No outro dia acordei bem tarde e tomei o meu café da manhã calmamente, mas tomei um susto quando abri meu computador e vi as notícias famosas do dia.
Luan Santana, fica com cantora em festa de casamento e vão embora juntos.
Eu não queria acreditar naquilo, até porque já conhecia aquelas pessoas que sempre aumentavam tudo, mas já tinha dado um nó na minha garganta. 
Peguei meu celular em cima da cama e disquei seus números.





sexta-feira, 10 de abril de 2015

Capítulo 43




- Pensei que só chegaria  amanhã, amor! - Me sentei ao seu lado no sofá e ele sorriu, antes de beijar meus lábios.
- E chegaria mesmo, mas resolvi vir mais cedo resolver algumas coisas.
- Ah... - Nós ficamos calados, assistindo o que passava na TV, até a campainha da casa tocar e entrar sua assessora. seu empresário e outro homem, que me apresentaram como o advogado do Luan.
 Eles sentaram ali com a gente, junto de seu pai.
- Nathália, queríamos te perguntar uma coisa...
- O que foi, Arleyde? 
- Assim que Luan viu o nome do advogado que está contra nós, disse que era seu pai e nós queríamos que você confirmasse isso. - Respirei fundo. Eles já sabiam. 
- É sim...Ele é o meu pai. Eu fiquei sabendo disso ontem, por acaso. - Todo mundo se calou e o clima naquela sala pesou.
- Não fica assim, amor, só queríamos te perguntar pra ter certeza, mas entendemos que é o trabalho dele. - Luan disse, assim que viu minha expressão e eu me aliviei e sorri fraco pra ele.
- Eu até pedi pra ele desisti, mas ele leva seu trabalho muito a sério...Me desculpem!
- Ei, para! Você não tem culpa de nada! - Ele beijou minha testa e acariciou meu cabelo.
- Ele...Você não sabe de nada sobre o processo, não ? - A assessora do meu namorado me perguntou e Luan lhe repreendeu pelo olhar.
- Não...Eu só ouvi ele dizendo que seria um processo contra um cantor, desconfiei e ele confirmou minhas suspeitas. Nós discutimos e enfim... - Suspirei.
- Ele não te disse nada?
- Ele disse que... - Parei de falar e todo mundo me encarou. - Disse que já é causa ganha.
- É sério? - Luan me perguntou e eu assenti. 
- Disse que você agrediu ele com palavras...
- O pior é que é verdade.
- O pior mesmo é que eu acredito nele, nós vamos perder essa. Eu conheço o trabalho do seu pai, é muito bem visto e bom no que faz, Nathália. É um ótimo advogado. Já tentamos o contratar à alguns anos para ele entrar na ls, mas não deu certo.
- Sério? Eu não sabia...
- Ele nem deve se lembrar disso...Bom, o jeito agora é torcer pra quê a indenização seja pequena.
- Eu duvido! - Luan disse. - Vão querer meter a mão mesmo.
- Eu vou conversar com meu pai de novo, amor...
- Não! Deixa isso quieto, tá? Eu não quero que brigue mais com ele por minha causa. É o trabalho dele e eu entendo perfeitamente! Eu errei dessa vez, pisei na bola...
- Nem foi tanto assim, Luan. Não merecia está passando por isso!
- Obrigado, amor, mas eu vou procurar não pensar mais nisso. Quero que se dane agora! - Ele me abraçou de lado.
O pessoal foi embora e seu pai foi se deitar. Meu pai não podia está fazendo isso comigo.
O dia da audiência tinha chegado e com ela a derrota do Luan, como meu pai tinha dito.
Quando ele chegou em casa, eu estava com a minha mãe e recebi a noticia. Luan tinha que pagar setenta mil ao jornalista. 
Me despedi da minha mãe e sai dali ventando, antes que brigasse com meu pai.
Luan jogava video game em sua casa e eu até estranhei.
- Oi, amor...
- Oi, minha loira!
- Você tá bem? Já tô sabendo de tudo...
- To bem sim! Deixa isso quieto, esse dinheiro não faz a mínima diferença na minha vida. - Ele deu de ombros.
- Como foi a audiência...Durou mais de três horas.
- Ah, não foi muito boa. Eu até discuti lá com aquele homem, já sabia que perderia mesmo. - Ele riu fraco. - Pelo menos ele ouviu o que precisava.
- E meu pai? 
- Só fez o papel dele, fica tranquila! Eu to de boa!
- Gosto de te ver assim. - O abracei por trás, já que estava atrás do sofá em que estava sentado e ele riu.
- Assim eu perco o jogo!
- Azar no jogo e sorte no amor! - Sussurrei em seu ouvido, ouvindo sua gargalhada logo em seguida.
Ele pausou o jogo e eu passei para sua frente, me sentando em seu colo.
Ficamos namorando em um clima gostoso, até a comida que Luan tinha pedido chegar. Estávamos sozinhos em sua casa. 
- Você tá sabendo? - Ele disse, enquanto comíamos no chão da sala mesmo.
- De quê? 
- A Bruna me disse que no começo da semana que vem, vai ter um jantar aqui em casa pra comemorar a gravidez dela e que dessa vez, nossas famílias vão se reunir.
- Sério? O Lo ainda não me disse nada...
- É sim! Ela até já falou com a mãe, que vai fazer o jantar. Fez questão!
- Medo do meu pai...
- Fica tranquila. Eu vou evitar o máximo ficar perto dele, já que me odeia tanto.
- Não fala assim, amor! E não tem que ficar longe dele nada...
- Eu quero evitar confusão, meu amor!
- Você não fica com raiva disso tudo?
- De verdade? Nem um pouco! - Ele deu de ombros e eu sorri.
- Então tá! Ele vai ter que nos aceitar, mais cedo ou mais tarde. - Beijei seu rosto.
- Que seja mais cedo...Mas acho que vai ser mais tarde mesmo! 
- (risos) Bobo!