sábado, 23 de maio de 2015

Capítulo 71




Fomos interrompidos por alguém batendo na porta e logo em seguida, lhe abrindo. Não deu tempo nem de nos separarmos, só paramos de nos beijar e eu tirei minhas mãos de seu pescoço.
- Oi é...Só vim avisar que eu vou ir no mercado com a sua mãe e o Lorenzo vai se encontrar com a namorada. - Meu pai disse, sem graça e Luan nem o encarava. Eu também estava com vergonha. 
- Ah tá!
- O Luan vai ficar aí com você? 
- Acho que...Sim, não é? - Eu o olhei e ele assentiu.
- Melhor assim, então! - Meu pai sorriu de lado e já ia saindo, quando eu lhe chamei.
- Pai...Quero dizer uma coisa pro senhor.
- O que é?
- Nós decidimos isso agora e queria que fosse o primeiro a saber. - Eu tomei coragem. Ele estava sendo tão gentil com Luan, que decidi arriscar.
- Pode falar!
- Eu e o Luan...Voltamos! - Falei devagar e ele não demonstrou nenhuma expressão.
- Tudo bem! - Ele riu. - Tchau pra vocês! Qualquer coisa é só me ligar. - Meu pai saiu dali normal e eu e Luan nos olhamos completamente confusos.
- Você acha que ele vai querer me matar? - Ele coçou a nuca e eu ri.
- Você não viu? Ele nem ligou! Ele conversou com você hoje, sorriu pra você...
- Será que...
- Eu acho que meu pai tá começando a enxergar que eu te amo, que a gente se ama e não vamos ser felizes nunca separados! - Ele riu e me puxou para um abraço.
- Eu acho que tô sonhando...
- Viu como tudo se ajeita? Tudo tem seu tempo...Você disse uma hora que se arrepende de muita coisa, mas eu não! Se fosse pra acontecer tudo de novo eu iria querer. Essa é a nossa história e não existe história só com momentos bons. Essa é a vida e não tem ninguém nesse mundo que não tenha uma enrolada, com momentos felizes, tristes, com coisas malucas. - Ri.
- É...Você tem razão. Como sempre!
- Eu não tenho razão sempre, seu bobo! - Ri e lhe puxei para mais um beijo, dessa vez, me deitei na cama, o levando junto comigo. Ele parou de me beijar assustado. - O que foi?
- Eu vou te machucar ficando em cima de você.
- (risos) Não vai! Eu quero ficar agarrada em você o dia inteiro. Deixa? - Fiz uma cara triste e ele riu, alisando meu rosto.
- Claro que eu deixo! Mas assim é melhor! - Luan se deitou do meu lado e puxou minha cabeça pro seu peito.
- Pensei que nunca mais sentiria seu cheiro! - Pensei alto e ele riu.
- Eu também não! - Ele beijou meus cabelos e começou um cafuné ali.
Fechei os olhos e continuei a sentir seus carinhos, até pegar no sono.
Acordei com alguém abrindo a porta do meu quarto e só abri meus olhos, sem me mexer. Luan dormia, do mesmo jeito que peguei no sono, ainda com a mão na minha cabeça.
- Filha? - Minha mãe sussurrou e eu ri sem som. - Quando seu pai me disse achei que era mentira.
- Não é, mãe! - Falei no mesmo tom que ela.
- Agora é pra valer?
- Se Deus quiser!
- Não sabe como eu tô feliz e pelo jeito, seu pai também.
- Eu não sei o que deu nele...
- Que continue assim pra sempre. - Ela riu e eu lhe acompanhei, assentindo. - Agora volta a dormir também, que depois eu trago o almoço de vocês. Lorenzo e Bruna estão almoçando aqui. Seu pai já contou pra todo mundo.
- Imaginei! - Minha mãe acenou e saiu do meu quarto.
- Amor! - Me assustei com Luan me chamando baixo.
Virei minha cabeça para lhe olhar e ele estava de olhos fechados.
- Oi! - Me aconcheguei mais nele e acariciei sua barba.
- Eu te amo!
- Eu te amo mais! - Sorri e voltei a pegar no sono.
Acordamos já no meio da tarde. Minha mãe levou nosso almoço no meu quarto e nós comemos, assistindo TV.
- Os lindinhos tem até comidinha no quarto, não é? - Meu irmão entrou rindo, com Bruna, enquanto minha mãe pegava os nossos prato e nos dava a sobremesa.
- Eu não posso descer toda hora as escadas. - Mostrei minha língua pra ele que riu.
- Deixa eles, filho...
- Tá vendo! Agora minha mãe ama o Luan mais que eu!
- Ah, seu bebezão! - Ri e todos me acompanharam.
- Eu nem acredito que voltaram, aliás, acredito sim! Eu sempre soube! - Rimos de Bruna que nos abraçou forte.
Passamos o resto do dia conversando. Luan e Bruna ainda jantaram conosco e quando estavam prestes a irem embora meu pai nos surpreendeu.
 - Por quê não fica, Luan? Acho que Nathália ficaria feliz! - Ele sorriu pra mim e eu retribuí.
- Se não for incômodo...
- Claro que não!
- Já que é assim. Bruna também fica! - Meu irmão se meteu.
- Pode ficar também, ué.
- Eu vou arrumar o quarto de hospedes pra eles... - Minha mãe disse.
- Pode deixar eles dormirem juntos, Luana.
- É sério, pai?
- É! Só não se acostumem. Só hoje porque você já sofreu demais nesses últimos tempos. - Meu pai me puxou para um braço e eu sorri, enquanto beijava minha bochecha.
Eu e Luan nos deitamos coladinhos, abraçadinhos. Parecia até um sonho.
- Eu tava com tanta saudade de você, quer dizer, ainda tô! - Luan disse e eu sorri.
- Eu também tô, mas logo a gente mata ela. Assim que eu sair desse resguardo! - Ele assentiu e puxou minha cabeça para se apoiar no seu ombro.
Dormi tão leve, como a tempos não dormia. Tive sonhos lindos. Nossa! Foi minha melhor noite de sono e ás vezes acordava durante a madrugada e via se realmente aquilo tudo não era um sonho, mas ele estava lá, com seu braços me envolvendo. Não, não era.

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