quinta-feira, 9 de abril de 2015

Capítulo 42




       ...
Fiquei surpresa quando Luan disse que estava sendo processado. Ele nunca tinha passado por aquilo, pelo menos que eu soubesse. 
Naquele dia até teria uma gravação de uma música na qual eu participaria, mas ele desmarcou comigo e Dudu, que mesmo assim foi para o meu estúdio para vermos os últimos detalhes sem o Luan mesmo.
- Ele está uma pilha de nervos... - Dudu comentou e eu assenti.
- Está e não é pra menos! Esse processo caiu feito uma bomba pra ele, principalmente agora que todo mundo já sabe. - Fiz careta.
- Nossa...Mas acho que ele vai sair bem dessa.
- Tomara que aquele jornalista de quinta arranje um péssimo advogado. - Gargalhei e Dudu me acompanhou.
Terminamos nossos trabalhos e eu resolvi ir direto para a casa do Luan. Ele estava deitado no sofá, tomando seu tereré e parecia pensar, quando cheguei. 
- Ei! - Ele se assustou, mas se sentou assim que me viu. - Está melhor?
- Bem que eu queria, amor...
- Fica calmo! - Levei minha mão até sua nuca e ele suspirou. - Que tal você ir lá pra casa e a gente passar o resto do dia juntinhos? - Sorri e ele me acompanhou.
- Tudo bem, vai...Eu to te devendo pra caramba mesmo!
- Não tá me devendo nada. - Ri. - Vamos logo! - Ele se levantou e eu lhe ajudei a arrumar sua mochila.
Assistimos um filme entre carinhos, pedimos uma pizza de noite e eu via que já conseguia o deixar mais calmo.
Comecei a lhe beijar de mansinho, assim que já estávamos prestes a dormir e ele não negou, me beijou com mais força e nós fechamos aquele dia com chave de ouro. Estava feliz por ter conseguido tirar algumas coisas de sua cabeça naquele dia. 
Ele voltou a fazer shows na quinta feira e eu com dor no coração, tive que me despedi do meu namorado mais uma vez. Eu não me acostumava nunca.
Fui passar o final de semana na casa dos meus pais, já que todos estariam de folga.
Cheguei lá no final da tarde, jantei com eles e tomei um banho no banheiro do meu antigo quarto.
Estava descendo as escadas quando ouvi uma conversa do meu pai por telefone.
- Não...Já está tudo certo! Fica tranquilo! Pode deixar que já é causa ganhar. Eu já estudei o caso.
Pode deixar. Até amanhã! - Me sentei no sofá, enquanto ele colocava o telefone no lugar.
- Trabalhando muito, papai?
- Muito! Graças a Deus, filha. 
- Precisa dar uma pausa...O senhor não tira férias nunca.
- Não consigo ficar mais de uma semana sem trabalhar. - Fiz careta e ele riu, junto do meu irmão.
Eles já tinham voltado a se falar direito, como eu imaginava. Os dois sempre foram muito apegados.
O telefone da minha casa tocou de novo e eu me levantei rápido do sofá, assim que ouvi a frase, " o processo contra o cantor".
- Que processo é esse, pai? Que cantor é esse?
- Se o que quer saber é que o processo é contra o seu cantorzinho, pode ficar sabendo que é sim.
- O que? 
- É isso mesmo! O homem me contratou e eu não nego trabalho, você sabe disso, ainda mais quando a causa já é ganha.
- Causa ganha?
- É...O cantor ofendeu o jornalista em público.
- E o que ele falava do Luan não conta?
- Não, porque ele estava se referindo ao seu trabalho, dando a opinião dele e em nenhum momento o ofendeu com palavras grosseiras como ele.
- Eu não tô acreditando nisso! 
- Murilo, deixa isso quieto. Não aceita essa causa... - Minha mãe falou.
- Tá doida, Luana? Eu vou aceitar sim, é meu trabalho.
- Mas é pela sua filha...
- Ela prefere o namorado dela do que eu, por quê eu tenho que preferir ela do que meu trabalho?
- O senhor está parecendo um adolescente, papai. Eu não prefiro ele do que você. Eu te amo, mas só quero ser feliz!
- Não importa, Nathália! 
- O senhor quer mesmo comprar uma briga comigo? - As lágrimas já desciam dos meus olhos por conta própria.
- Eu não quero brigar com ninguém, você que quer isso!
- Pai...Por favor, abandona isso!
- Não, Nathália e já está decidido! - Meu pai saiu da sala e eu me sentei no sofá derrotada.
Não era possível aquilo que estava acontecendo. Luan perderia um processo e ainda correria o risco dele ficar com raiva de mim por causa do meu pai. Eu não sabia mais o que fazer.
Minha mãe tentava me acalmar junto do meu irmão, dizendo que estava pensando muita besteira e realmente estava mesmo, mas era inevitável.
Eu dormir ali naquele dia, fui pro estúdio depois do almoço no outro e quando voltei pro meu apartamento de tarde que consegui dormir direito.
Luan me mandou uma mensagem, assim que eu acordei, me chamando pra eu ir até a sua casa. 
Eu respirei fundo e decidi ir. 
Eu imaginava que ele já sabia que meu pai seria o advogado que ficaria contra ele, mas também coloquei na cabeça que se ele não soubesse lhe contaria. 

quarta-feira, 8 de abril de 2015

Capítulo 41






Parece que aquela noite daquele casamento não acabaria nunca. Pelo menos pra mim.
Não via a hora de ir embora, de não ter mais que olhar meu namorado de papinho com outra mulher quase a noite toda. Realmente não tinha nada demais, eles não estavam nem tão próximos um do outro, mas mesmo assim, eu não conseguia me segurar.

                 ...  
Fui embora do casamento do meu tio, as três horas da manhã, com Nathália reclamando de dor. Tinha dado pra curtir bastante e eu não me importei de ir embora com ela.
Fomos para seu apartamento e como o combinado, eu dormiria ali com ela. 
- Não quer mesmo um remédio? - Perguntei, enquanto me deitava.
- Não...Já já passa. - Ela se arrumou de baixo da coberta e fechou os olhos.
- Que estranho, Nathália. 
- Luan! Vamos dormir, tá bom? - Não disse mais nada e me ajeitei ao seu lado. - Você viaja na sexta mesmo? - Assenti. Era uma quarta feira. 
- Voltou na terça...
- Amanhã eu tenho que passar no estúdio cedo, quer dizer...Hoje. Mas é rapidinho e eu voltou pra dormir mais um pouco. Você vai ficar aqui direto ou vai pra sua casa?
- Direto pra quê?
- Se esqueceu? Marcamos de ir ao cinema na hora do almoço, que dá menos pessoas e depois almoçaremos fora.
- Putz! Eu me esqueci completamente e marquei com a minha mãe da gente almoçar. Ela já até começou a preparar o prato que eu tanto gosto.
- Ah...
- Deixa pra semana que vem!
- A gente marcou isso tem duas semanas...
- Me desculpa. Semana que vem sem falta nós vamos! - Os olhos de Nathália pararam em algo, na parede, ela parecia pensar. - Ei...Tudo bem? - Falei depois de alguns segundos e ela assentiu. - O que foi?
- Só me lembrei de um negócio....Vamos dormir!
- Eu juro que semana que vem nós vamos no cinema...
- Tudo bem! Boa noite! - Ela sussurrou.
- Boa noite, amor. Te amo! - Beijei seu rosto e ela sorriu de olhos fechados.
Acabou que eu voltei a fazer meus shows, fui para casa nas folgas e por conta de muitos ensaios das músicas novas, não fomos ao cinema novamente.
Eu me sentia um pouco culpado e tentava recompensar minha namorada com o que podia, já que estava tão animada por essa saída, mas prometi pra mim mesmo que sairíamos assim que desse.
Eu estava em um estresse só, que nem meus fãs andava atendendo direito nos lugares. Era sempre assim quando começava essa fase do meu trabalho. Muitas coisas pra resolver, muitas boas e em como qualquer outro trabalho, muitas coisas dando errado também.
Em um dia de estresse extremo, eu discuti com um jornalista de um site de fofocas via internet, para todo mundo ver. 
Na verdade, não cheguei a escrever muita coisa, mas o suficiente pra ser bem grosso e ignorante.
Estava de saco cheio dele cuidando da minha vida sempre e falando mal de mim, na verdade eu nem ligava pra que falasse mal de mim, mas naquele dia ele tinha falado mal do meu trabalho e eu me deixei levar pelo nervoso.
Minha assessora me ligou, meu empresário. Já estava em todos os lugares o que eu tinha falado com ele na internet e eu começava a me arrepender.
- Luan, você nunca foi disso...
- Eu sei, me desculpa, Arleyde! Vou apagar...
- Não! Vai ser pior! Você vai assumir o que falou, você nem está tão errado assim, mas não é bom ficar discutindo assim na internet, pra todo mundo ver.
- Eu sei! Eu tava nervoso demais e fui ler o que ele tinha escrito sobre mim... - Bufei.
- Deixa...Logo esquecem isso. Se te perguntarem em entrevista, diz que estava irritado, leu a matéria sobre você e explodiu, mas que se arrepende de ter se exposto assim.
- Tá...Pode deixar! - Me despedi dela e depois de ter conversado com meu pai sobre aquilo também, resolvi ir dormir para ver se esquecia dos problemas.
Mas no outro dia veio a bomba, que ninguém esperava. Já estava uma pilha de nervos mais uma vez.
Até tentei evitar falar com Nathália que não tinha nada a ver com aquilo, mas era justamente para evitar de descontar minha raiva nela, mas no final do dia, não teve como e eu atendi sua ligação.
- Até que enfim, amor...
- Desculpa, amor. Eu tô muito nervoso e não queria falar com ninguém.
- Poxa! Nem comigo?
- Me desculpa...Estou com problemas de verdade.
- O que houve? Eu vi o que estão falando de você, vi o que escreveu no seu twitter.
- É...Eu me arrependo. Estava nervoso e explodi.
- Você não tá errado! Deve ser horrível ficar vendo pessoas falando coisas ruins de você...Mentiras.
- É muito ruim mesmo, mas eu que escolhi isso e não era pra ter digitado nada daquilo. Que droga!
- Calma, amor! Você não é o primeiro nem o último artista a passar por isso.
- Não tem como ficar calmo, Nathália.
- Tem sim! Você anda muito estressado...
- Eu fui processado, Nathália! Tá bom pra você?
- É o que? 
- É isso mesmo...Hoje chegou uma intimação aqui pra mim. Aquele filho de uma puta me processou por aquelas besteiras que eu falei com ele. Calunia e difamação. Como se ele não tivesse falado várias coisas de mim antes. - Ri de nervoso. 
- Meu Deus, amor! Não sei o que dizer...
- Deixa isso quieto! Meus advogados vão resolver...Tem que resolver! - Suspirei.


terça-feira, 7 de abril de 2015

Capítulo 40






- O que você tem, Nathália? Tá passando mal?
- Não...Só me deu um sono mesmo! - Sorri, enquanto ele tirava sua calça e sua camisa, para se deitar do meu lado.
- Não tem nada a ver com seus ciúmes sem motivos não, tem?
- Amor, eu só...
- Nathália! Não acredito! É sério que você ainda continua com isso?
- Desculpa! - Eu falei baixo.
- Você não era tão ciumenta assim.
- Na verdade, eu morro de ciúmes de você, mas nunca te contei.
- Você sabe que não pode ser assim por conta do meu trabalho, não sabe?
- Eu sei! É lógico que eu entendo, amor. Mas fica tranquilo, eu não vou dar nenhuma crise. Eu sinto só pra mim e ponto. Me arrependi de ter te contado ontem...
- Não se arrependa! Eu gosto que me conte as coisas!
- Tudo bem, mas é bobeira. Logo passa! 
- Não quero, nem gosto de ter brigas por ciúmes.
- Não vamos ter brigas por isso, amor! - Eu selei nossos lábios e fechei os olhos, assim que voltei a me deitar direito. - Me desculpa de novo! - Respondi baixo, mas ele não respondeu, apenas levou sua mão para minha cintura e nós dormimos daquele jeito. Grudadinhos, um de frente para o outro.
Voltamos de Campo Grande de noite e eu me despedi de Luan, seus pais e sua irmã.
Tinha piorado minha relação com o meu pai e eu estava com o coração na mão, já que dali a três dias, seria seu aniversário, mas resolvi mesmo assim ir lhe entregar seu presente e lhe dar os parabéns.
Meu irmão me disse por telefone, que no dia do aniversário do meu pai, minha mãe teria plantão e não tinha conseguido trocar com ninguém e ele, só chegaria na hora do almoço. 
Então, passei em uma padaria bem cedinho, de manhã, comprei uma torta linda e fui direto para a casa dos meus pais. Sabia que em seu aniversário ele não trabalhava. Desligava o celular, computador, tudo. 
Era tipo uma tradição pra ele, que sempre trabalhava muito nos outros dias do ano.
Assim que entrei em casa, ele estava no sofá, lendo seu jornal, como de costume.
Ele só me viu, quando bati a porta, depois que entrei. 
- Parabéns, papai! - Sorri e lhe entreguei seu presente, junto com a torta. 
Seu rosto continuava sério e eu estava completamente com medo da sua reação.
- Obrigada, filha! - Ele falou baixo e depois de deixar a torta na mesinha de centro, me puxou para um abraço.
- Me desculpa por aquele dia...
- Tudo bem! Já esqueci! - Ele suspirou.
- Juro que vou compensar vocês com alguma viagem ainda. - Ele apenas sorriu, sem mostrar os dentes.
- Não vai pro estúdio hoje?
- Quero passar o dia todo grudada no meu paizinho...O senhor deixa?
- Claro que sim, minha princesa! - Ele alisou meus cabelos. 
- Então o senhor me perdoa por tudo? Vamos voltar as boas, como sempre foi...
- Eu te perdoo, Nathália, eu vou tentar o máximo voltar a ser como antes com você, mas...Não sei se vai dar. Eu não vou aceitar esse namoro, se é o que está pensando. - O clima pesou, mas eu resolvi não pensar mais nisso e focar só naquele dia. 
Passamos a manhã vendo TV, Lorenzo chegou para almoçar conosco e só faltava minha mãe, mas decidimos pedir para Marina fazer um jantar e deixar ali, para quando ela chegasse de noite. Jantaríamos todos juntos e comeríamos a torta que eu tinha comprado.

(...)

Eu estava doida atrás de um vestido para ir em um casamento com o Luan, de seu tio.
Eu, Bruna e até Lorena, que nos ajudava, rodamos o shopping inteiro e só depois de horas, escolhemos um modelo que era do nosso gosto.
Eu tinha achado o meu um pouco chamativo, mas tinha amado, então iria com ele mesmo.
O casamento seria em São Paulo mesmo, já no outro dia, no fim da tarde. 
Ajudei Luan a se arrumar em sua casa e nós fomos atrás de seus pais, em seu carro. Bruna também estava conosco. Ela tinha ido viajar e por talvez não conseguir chegar a tempo para o casamento, não seria madrinha, mas acabou que ela chegou um dia antes e não dava para desconvidar a mulher que seria madrinha com Luan, que a princípio, seria uma de suas tias, mas tudo mudou e o noivo escolheu uma amiga de infância. 
E novamente meu momento de ciúmes veio a tona, assim que eu vi o meu namorado entrando na igreja com uma mulher. Parecia ter a minha idade, morena dos olhos verdes. Tinha um sorriso bonito e todo mundo da família do Luan parecia gostar bastante dela. E por isso, não foi só o ciúmes que bateu ali, a insegurança também. 
Na festa do casamento, eu não fiquei muito com ele. Fiquei mais com a Bruna mesmo, que nunca me deixava sozinha, sempre me arrastava pra onde ia. Fomos até o banheiro e tiramos várias fotos, juntas e sozinhas.


Apaixonada nesse vestido! *-*

Luan ficou horas conversando com a tal menina, perto da mesa de frios. Com uma mão no bolso, outra segurando uma taça de champagne e seu sorriso de lado, que seduz qualquer mulher. 
Pior que eu não podia fazer nada. Minha vontade era de gritar, bancar a louca, mas eu não podia mesmo. Muito menos reclamar com ele, que me chamaria de maluca por sentir um ciúmes idiota
mais uma vez. Então tudo aquilo foi para os meus olhos e já estava a ponto de transbordar, mas eu segurei.

segunda-feira, 6 de abril de 2015

Capítulo 39



Volteeei! Tavam com saudade de mim? Kkk Me desculpem a demora, mas essa semana santa pra mim foi bem agitada. Até postaria ontem pra compensar, só que eu tava megaa cansada e procurei só dormir kkk Mas feliz páscoa atrasadoo! Rs que Deus abençoe vocês. Agora boraaa ler e matar a saudade!



Depois de uma semana, eu já tinha escolhido um apartamento lindo para morar. Era uma rua depois da casa dos meus pais. Super grande e realmente muito lindo. Luan que me ajudou a escolher. 
Estreamos meu novo quarto, que era enorme, de um jeitinho só nosso, assim que eu me mudei. 
Enfim, nossa viagem para o Mato Grosso, já tinha chegado, meu pai andava meio chateado e eu me sentia culpada sempre que o olhava, mas não desistiria de viajar com o Luan, resolvi não lhe contar aquele fato também. 
Saímos de São Paulo de manhã e de tarde, já estávamos na casa de um de seus tios. Aos poucos sua família começou a chegar e ele ia me apresentando de um em um. Todos me receberam muito bem. 
Fiquei conversando com Bruna e suas primas, enquanto Luan ajudava no churrasco.
Elas relembravam a época que eles ainda moravam naquela cidade. Contavam coisas engraçadas e de como o Luan era. Mas me bateu um pouco de ciúmes, assim que começaram a contar que quando mais novos, Luan pegava elas no colo para irritá-las, ou jogá-las na piscina.
Uma coisa tão inocente, me causava um pouco de ciúmes. Elas falavam normalmente, sem maldade. Pelo menos eu não via nenhuma, mas mesmo assim sentia ciúmes.
Mesmo sabendo que eram parentes, me incomodava o fato de ouvir outra mulher contar que tinha saudades da época em que meu namorado lhe pegava no colo. Foi nesse dia que eu descobri o quão ciumenta eu era. Nunca tinha sido tanto, nem sentido algo assim por alguém. Tinha a certeza de que ele realmente era o homem da minha vida.
Luan chegou, quando elas contavam de um dia em que ele quase afogou uma delas.
- Agora você aprendeu a nadar...Não é possível, Jejeba! - Ela riu, assentindo. 
- Agora eu sei...
- Que ótimo! - Ele pegou sua prima no colo e lhe jogou na piscina. Assustando todo mundo, que logo teve uma crise de risos. 
Sua prima saiu da piscina assustada e começou a bater no Luan, mas logo também teve uma crise de risos.
- Não tava nem de biquini, Luan. Que saco!
- Só ir trocar de roupa, muié! - Ele ria, enquanto ajudava seu pai com algo na churrasqueira.
Eu também ria pra disfarçar, mas como se já não bastasse eu sentir ciúmes de uma história inocente de quando eles eram adolescentes, representaram ali na minha frente. 
Assim que o almoço ficou pronto, eu arrumei meu prato junto com as meninas e Luan me puxou para que eu sentasse do seu lado. Agradeci mentalmente. 
Ficamos ali o dia inteiro, entramos na piscina pelo final da tarde e só saímos de noite.
Luan foi comprar pizzas no centro e levou uma prima junto. Me deixando um pouco chateada, por ele não ter me chamado. 
Não demoram muito e assim que chegaram, já nos juntamos na cozinha para pegarmos nosso pedaço.
Eu não falava nada, só comia enquanto escutava as conversas deles. 
Fomos nos deitar já de madrugada. Luan tomou seu banho e logo depois eu fui.
- Está curtindo, aqui?
- Aham... - Sorri e ele acariciou meus cabelos.
- Não me convenceu... - Sussurrou.
- Eu tô gostando, amor. O clima daqui é legal demais. Sua família é incrível! - Virei meu rosto para cima, para lhe olhar e ele sorriu.
- Mas tem alguma coisa te incomodando?
- Não...Por quê? - Falei receosa.
- Não sei...Te senti diferente agora de noite. Ficou quietinha...
- Só to cansada! Muita agitação de dia.
- Se acostuma que o pique do povo é sempre assim. - Ele riu baixo e eu sorri, assentindo.
- Pode deixar! 
- Mas eu sei que não é só cansaço.
- Amor...
- Nathália! - Ele falou sério e eu respirei fundo de olhos fechados. Resolvi que falaria.
- É uma coisa muito boba...Acho até que vai rir de mim!
- Por que? Me fala, vai...Claro que não vou ri de você, amor.
- Tá bom...- Suspirei. - Eu fiquei com ciúmes das suas primas. Pronto, falei!
- Ciúmes das minhas primas? - Ele me olhou com a testa franzida e eu assenti, com receio. - Mas por que?
- Sei lá! Elas falando que você pegava elas no colo e...Depois você fez isso com uma e agora de noite, chamou uma delas pra ir com você no centro.
- Você queria ir junto? Por que não disse?
- Claro que eu não vou dizer, Luan. Se você me chamasse eu iria.
- Claro que tem que dizer sim, Nathália. Eu só to com saudades das minhas primas. Tinha mais de um ano que não vinha aqui.
- Eu sei...Mas eu não mando nos meus sentimos e aconteceu. Eu fiquei com ciúmes delas.
- Uma coisa tão boba...
- Eu te falei que era bobo, mas eu já disse. É bem mais forte que eu!
- Mas, cara...Nada haver você sentir isso!
- Eu sei, Luan, mas é porque eu te amo muito, muito mesmo! Mais que tudo! - Ele se calou, não respondeu mais e eu subi meu rosto para lhe olhar. Parecia pensar.
- Eu sei que você me ama, mas não precisa disso! - Ele disse, depois de alguns segundos.
- Já disse...Não sou eu! 
- Tudo bem, Nathália! Não quero brigar com você!
- Muito menos eu, amor...Eu só fui sincera.
- Eu sei e agradeço por isso, mas infelizmente eu não posso fazer nada. São minhas primas, minha família e eu não posso ficar diferente com elas, porque você simplesmente quer.
- Eu não quero isso, Luan! Eu só te disse, não foi com intensão nenhuma de você parar de ser o que sempre foi com elas.
- Não queria que ficasse incomodada!
- É bobeira minha, só... - Forcei um sorriso e voltei a me aconchegar em seu peito, fechando os olhos, em seguida.
No outro dia, nossa rotina continuou sendo a mesma do dia anterior. Eu continuava com ciúmes das primas do Luan, ás vezes até me pegava olhando demais quando ele se aproximava de alguma e tinha medo de alguém ver e realmente perceber meu ciúmes.  Fiquei tomando sol enquanto eles brincavam de vôlei na piscina. 
Sua mãe, junto de suas tias, fizeram pastéis pro nosso lanche da tarde. Comemos vendo uma matéria sobre o Luan que passava na TV local. Todo mundo morria de orgulho.
Minha atenção saiu da tv, quando uma de suas primas, que estava no banho, chegou correndo e reclamando que ninguém tinha lhe chamado para ver a matéria e nem deixado um lugar pra ela, então, Luan ofereceu seu colo e ela aceitou o convite.
Eu tinha raiva de mim por sentir tantos ciúmes daquilo, mas realmente era mais forte que eu. Eu tentava focar só na tv, mas minha cabeça virava, ás vezes, sozinha para o meu lado, aonde estavam sentados. 
Naquele dia, eu inventei uma desculpa de estar caindo de sono e cansaço e fui para o quarto bem cedo.
Acordei com o Luan entrando no quarto para dormir. Já era tarde.



quarta-feira, 1 de abril de 2015

Capítulo 38




Como Luan tinha prometido, depois de uma semana fazendo shows, ele voltou para casa e a primeira coisa que fez foi me ligar para marcarmos um jantar a sós. Estava com tanta saudade dele, que fiquei pronta quase uma hora antes do horário em que marcamos para que ele fosse me buscar.
Passei pela sala e como sempre, encontrei meu pai me olhando feio. Eu sentia por dentro, mas por fora já fingia que não ligava.
- Amor, que saudade! - Puxei seu rosto para um beijo e ele o encerrou sorrindo.
- Eu também estava morrendo de saudades da minha loira mais linda!
- Só não deixa sua irmã ouvir isso...
- (risos) É verdade! Ela não pode saber que você é minha loira favorita. - Nos beijamos novamente e logo em seguida, Luan deu partida no carro.
Fomos para seu velho restaurante, que ele ia quase todos dias que estava de folga, ou mandava levar sua comida em casa. Comemos japonês, como sempre e na hora da sobremesa, que eu decidi lhe contar meus planos.
- Amor, eu vou me mudar...
- Hã? - Ele me olhou estranho e eu ri da sua carinha.
- Vou me mudar da minha casa, mas vou morar no mesmo condomínio. Relaxa!
- Ah, que susto! - Ele riu. - Mas porque, Nathália?
- Meu pai anda muito chato e afinal, já está na hora de eu ir morar sozinha.
- Você tá brigando muito com ele, é?
- Nem brigar, sabe? Mas ele faz de tudo pra me irritar...Na minha casa eu vou ficar melhor e você vai poder ir pra lá, dormir agarradinho comigo, quando quiser.
- Tudo isso é culpa minha, não é? - Ele fez careta e eu neguei.
- Não, amor...Não é.
- É sim! Me desculpa por tudo, amor.
- Não precisa disso, meu pai que é assim, mas logo isso passa. Não estou saindo de casa brigada com ele, ainda nos falamos. Eu amo você e não abro mão desse amor por nada. - Ele sorriu de lado e beijou minha mão.
- Você acha que um dia ele aceita a gente?
- Eu acho que sim...Não esquenta com isso.
- É seu pai!
- E eu sei! Eu amo ele, e sei que isso vai passar, mas eu amo você também, amor.
- Eu queria ir falar com ele sobre isso...
- Eu acho melhor, não! Ele é muito cabeça dura. Quando for a hora certa, pode deixar que eu te falo.
Ficamos conversando por horas ali, depois fomos dar uma volta de carro em seu condomínio mesmo e só depois, fomos para sua casa. Ele me convidou para dormir por ali mesmo e eu aceitei na hora, não aguentava de tanta saudade.
- Boa noite, queridos! - Minha sogra disse, depois de algum tempo conversando conosco.
Bruna tinha saído com suas amigas e meu sogro, já estava no décimo sono.
- Boa noite, mãe! - Luan beijou seu rosto e eu fiz o mesmo.
- Luan, não esqueceu da nossa viagem, não é?
- Claro que não, mãe! Já está tudo certo. Minha folga vai ser até maior. - Ela sorriu e subiu as escadas.- Amor, eu quero que você vá junto! - Ele se virou para mim.
- Ir pra onde?
- Nós vamos pro Mato Grosso do Sul. Topa? Vai ser uma churrascada em família. - Ele riu e eu o acompanhei.
- Claro que topo...Topo tudo com você!
- Ah, minha gatinha linda! Você vai amar o restante da minha família. Você vai ver!
- Tenho certeza disso! - Sorri e ele me puxou para um beijo.
Depois de fazermos amor, dormimos agarradinhos em sua cama e só acordamos de tarde, no dia seguinte.
Almocei com eles e Luan me levou para casa. Ele já voltaria a fazer shows, justamente pra conseguir tirar uma folga maior na outra semana. Depois de me despedir dele, entrei em casa.
- Oi, mãe! - Sorri e ela me acompanhou.
- Nem vou perguntar o nome dessa animação!
- (risos) Você já sabe qual é...
- Nathália, que tal você ir com a gente em uma viagem que marcamos na semana que vem? Até seu irmão vai. - Meu pai apareceu na sala, sorrindo. Até estranhei. Mas acho que ele estava sedendo um pouco e não queria ficar de cara virada pra mim.
- Pra onde? Por que essa viagem de última hora?
- Não é de última hora, filha, é uma folguinha. - Minha mãe sorriu.
- Só não quero outro irmão... - Brinquei e ela riu.
- Olha, menina! - Meu pai fingiu estar bravo. - Vamos pro Arraial do Cabo. Escolhemos praia justamente por causa de você, que ama. - Sorri. 
- Lorenzo não reclamou?
- Demais! - Rimos. Ele odiava calor. - Quando vai ser pai?
- No dia dois. Voltaremos no dia cinco.
- Dia dois? - Fiz careta.
- É, por que?
- É que...Eu marquei de viajar com o Luan.
- Viajar pra onde?
- Eu vou conhecer o resto da família dele.
- Vai preferir ir com ele, do que a sua família?
- Pai...Eu já marquei com ele primeiro. Não é questão de preferir. - Meu pai negou com a cabeça.
- Então combinam pra outro dia. Vamos com a gente, Nathália!
- Foi a única folga maior que o Luan conseguiu. Desculpa, mas não vai dar pra ir com vocês.
- Olha isso, Nathália. Olha o que você tá fazendo...
- Desculpa, pai! 
- Você vai quebrar a cara. Tá trocando a gente por ele.
- Não...Eu não tô!
- Tá sim! Eu duvido se ele recusaria viajar com a família pra ir em algum lugar com você. Duvido!
- Se a gente já tivesse marcado...
- Aham...Então faz o teste! Você é uma boba mesmo. Isso não é amor! É doença!
- Para, pai!
- E eu aqui igual um idiota tentando fazer as pazes com você...
- Eu quero muito que você volte a ser como antes, papai. Eu te amo e não quero te perder de jeito nenhum!
- Eu também não, filha. - Ele suspirou. 
Meu pai saiu dali triste e eu fui correndo pro meu quarto. Sabia que tinha magoado ele e me sentia a pior pessoa do mundo. Mas também sabia que era um pouco de drama da parte dele, mas depois que eu viesse da viagem com o Luan, daria um jeito de recompensar essa viagem perdida em família. 

terça-feira, 31 de março de 2015

Capítulo 37







Tinha ido jantar na casa do Luan junto do meu irmão, que estava gelado e não conseguiu dirigir, me deixando ir dirigindo até o condomínio vizinho. Eu ria dele, ma entendia completamente seu estado.
Os pais do Luan nos receberam super bem, o que fez meu irmão se acalmar um pouco. Ficamos conversando na sala, enquanto o jantar não era servido. Eu, ele, Luan e seus pais.
Bruna desceu depois de vinte minutos, completamente linda e em sua barriga, já dava para notar um pequeno volume, por ser bem magrinha.
Comemos tranquilamente, enquanto Lorenzo falava tudo que planejava com os pais de Bruna. Eles pareciam gostar de tudo que falava e mais aliviados também.
Depois que serviram a sobremesa, Bruna me puxou para o seu quarto e o deixamos ainda na mesa.
- Ai eu to tão feliz! - Eu abracei ela, que riu.
- Eu confesso que não estava, mas agora que a ficha caiu eu to morrendo de felicidade também. Sempre sonhei em ser mãe, nunca pensei que seria mais cedo, mas estou amando a ideia.
- Vai ser o bebê mais mimado pela titia. - Rimos. - Seu irmão parece estar mais calmo.
- É...Ele está começando a gostar da idéia.
- Ah, que ótimo, Bru!
- Eu só fico meio assim, porque tem a carreira dele. Lógico que muita gente vai ficar em cima, site de fofoca, eu sinto que vou fazer um pouco de vergonha nele. - Ele abaixou sua cabeça tristonha.
- Não fala isso de jeito nenhum, Bruninha. Você não vai envergonhar seu irmão, ele vai dá entrevista orgulhoso de que vai ser titio e também vai ser babão igual eu. - Ri e ela me acompanhou. - Tira esse medo bobo da cabeça.
- Obrigada por tudo!
- Não precisa nem agradecer...
- Eu estou com desejo louco de ir comprar algumas roupinhas, sabe? Sei que ainda é cedo, mas eu quero. Vamos comigo amanhã?
- Vamos sim! - Me animei. - Ah, não vejo a hora de ter essa coisinha nos meus braços. 
- Já vi que realmente essa tia vai mimar muito meu filho. - Ri dela.
Descemos depois de algum tempo conversando sobre o bebê e encontramos todos na sala.
Fui me despedir de Luan, antes de ir embora com o meu irmão, na área de lazer.
- Tá melhor, não é?
- Tô sim... - Ele me olhou e riu. - Você tinha razão, eu tô animado que vou ser tio.
- Viu...Qualquer criança amolece a gente. Mas conversa com a sua irmã, ela está com medo pela sua carreira, pela mídia.
- Sério? - Assenti.
- Está com medo de te deixar envergonhado por ela ser nova e não ser casada. 
- Nossa, que bobagem! Lógico que vai ter muita crítica, mas eu nem ligo pra essas coisas. Eu vou falar com ela sim, amor. Pode deixar!
- Vai viajar que dia?
- Amanhã... - Ele fez careta. - Mas eu volto no domingo pra gente fazer um programa bem legal em casal. 
- Tudo bem! - Ele me abraçou de lado e eu encostei minha cabeça em seu peito.
- Está pensando em quê? - Me perguntou, depois de alguns segundos em silêncio.
- Você pretende contar de nós para a mídia, quando?
- Eu não sei, amor...
- Não quero que seja agora.
- Hã?
- Acho muito cedo e suas fãs não estão preparadas. Vamos esperar pelo menos uns dois meses?
- Tudo bem! - Ele sorriu e beijou minha testa. - Confesso também estar inseguro por conta delas, mas com medo de te pedir pra esperar mais e se magoar.
- Nunca, meu amor! Eu te amo!
- Eu também te amo! - Ele sorriu e me puxou para um beijo. Apaixonado.

(...)

A convivência com o meu pai não estava sendo das melhores. Era sempre as mesmas coisas e sempre as mesmas alfinetadas, da parte dele, por besteiras. Eu estava me esgotando, mas não queria brigar com ele, por isso me calava.
Eu cheguei em casa tarde do estúdio, quase de madrugada e mais uma vez, ele me alfinetava, mas naquele momento eu não tinha conseguido mais ficar calada.
- Pai, se não me apoia então respeita...
- Não tem como respeitar um namoro desses, Nathália.
- Eu já disse que o senhor tem que conhecer o Luan melhor e depois tirar suas conclusões sobre ele. Ele é famoso e todo mundo fala o que acha dele, não o que ele realmente é. Gente falando mal é o que não falta.
- Eu não vou por ninguém, vou por mim!
- Eu não aguento mais...Eu tô tão feliz com ele. Só me apoia, vai!
- Eu não vou te apoiar, Nathália. - Comecei a chorar ali, silenciosamente. Eu pensava que aquilo seria passageiro, mas não era o que estava acontecendo.
Minha mãe desceu de seu quarto e perguntou o que acontecia, mas nem força para lhe responder eu tinha mais.
- O senhor não vai parar mesmo de fazer isso comigo? De me olhar com a cara fechada, de me alfinetar sempre? Depois que eu falei que tava namorando o Luan, o senhor nunca mais foi o mesmo.
- Nem serei, enquanto você não acordar pra vida.
- Deixa eu sonhar em paz, pai! 
- Acontece que sonhar não vai te levar a nada, Nathália. Você não tem mais idade pra isso!
- Não existe idade pra ser feliz. Pra sonhar com a pessoa que você ama!
- Ele não te ama, filha. 
- Para, pai! - Meu choro aumentou. - Quer saber? Já que o senhor não vai mudar, nem me respeitar, eu vou embora dessa casa, porque eu não aguento mais. Está bom pro senhor?
- Eu nunca te pedi pra sair daqui...
- Mas eu não aguento mais! Eu prefiro ir morar sozinha, mas pelo menos eu vou ter paz.
- Você vai embora daqui, abandonar sua família por causa de um homem? Vai nos trocar por um homem. É isso mesmo, Nathália?
- Eu não vou trocar vocês, pai. São minhas vidas. Mas eu vou embora sim. Já está na hora também, já não sou mais nenhuma adolescente. Eu vou procurar um apartamento aqui perto.
- Não faz isso, filha. Seu pai é turrão, mas logo isso passa. - Minha mãe se pronunciou pela primeira vez.
- Eu sei, mãe, mas eu vou sim. Eu prometo que venho aqui todos os dias, tá?
- Já está falando isso...Quer se mudar quando?
- Eu já vou procurar um apartamento amanhã.
- Pode ir, Nathália. Pode vir aqui quando quiser também, essa casa sempre será sua. Mas depois que quebrar a cara, não se arrependa de tudo que está fazendo por esse rapaz. - Meu pai se levantou do sofá e subiu as escadas rápido.
Eu estava sem saída. Me mudaria sim, mudaria a minha vida por causa do Luan e mesmo que eu
quebrasse a minha cara, eu não me arrependeria de todas as coisas que já tinha feito por ele.

segunda-feira, 30 de março de 2015

Capítulo 36







No outro dia eu acordei com algumas pessoas falando bem alto. Só arrumei meu cabelo e desci as escadas para saber o que estava acontecendo.
- Eu não acredito nisso, Lorenzo! Você e sua irmã...Completamente iguais. - Ele disse e  logo me viu, me olhando com desprezo.
- Pai, não mete a Nathália e o namoro dela nisso. Estamos falando de mim!
- Eu não ligaria se tivesse engravidado qualquer outra mulher. Porque sei que é independente, maior e vacinado. Mas logo essa menina, Lorenzo? Quantos anos ela tem? 17?
- Eu não entendo o senhor...Ela é uma mulher incrível e não poderia ter escolhido pessoa melhor pra ser mãe do meu filho. Ela tem 19 anos. - Meu pai passava as mãos pelo rosto nervoso.
- Seu namoradinho e a família dele sabem disso, Nathália? - Apenas neguei com a cabeça. - Agora já está feito, não é? Vai até a casa dela o quanto antes e fale com os pais dela que vai assumir ela e a criança, Lorenzo. Se preciso, fale em casamento.
- Pai, é lógico que eu vou fazer isso. Eu ainda acho cedo pra falar em casamento, mas penso em me casar com ela mais pra frente sim.
- Acha cedo pra casar, mas engravidou a menina antes da hora.
- Olha, pai, eu cansei, tá? Eu errei sim, ela errou, mas eu já estou mais calmo e conformado. Eu sei que vai ser mais difícil pra ela, por ser mãe solteira, nova e pior, irmã de famoso, mas eu não vou sair do lado dela.
- Eu vou trabalhar que é o melhor que eu faço. Vocês depois de velhos, resolvem perder o juízo. - Meu pai passou por nós ventando e pegou sua maleta, em cima do sofá. 
Meu irmão olhava para o nada chateado. Ele era muito sentimental e odiava brigar com alguém, ainda mais da sua família.
- Ei! Não liga pro papai, vai dá tudo certo! - Eu o puxei para um abraço. 
- Vai sim, irmã! - Ele beijou minha testa, antes de nos separarmos. 
- A mamãe já sabe?
- Eu disse pra ela, antes que fosse trabalhar. Ela ficou feliz em ser vovó, acredita?
- (risos) Eu imagino!
- Agora deixa eu ir, vou me encontrar com a Bruna em um parque aqui perto, pra resolvermos nossa vida.
- Vai lá! - Beijei seu rosto, antes que saísse.
Voltei para o meu quarto correndo e voltei a me deitar na cama. Sabia que depois que o bebê do meu irmão nascesse, meu pai amoleceria e até poderia passar a aceitar o Luan, por já termos vínculo com sua família. 
Meu celular tocou e eu sorri, assim que vi  seu nome na tela.
- Oi, amor...
- Nathália?
- O que foi? Está com uma voz estranha.
- Por que não me contou antes que minha irmã está grávida do seu irmão?- Gelei.
- Ela te contou?
- Contou pra todo mundo agora...Eu não tô acreditando até agora. - Ele suspirou.
- Desculpa, amor. Mas eu não podia me meter assim na vida deles. O que você achou disso? - Temi por sua resposta.
- É lógico que não me agradou nada, minha irmã só tem 19 anos, uma vida pela frente...
- Claro que sim! Ela não morreu, vai continuar vivendo.
- Mas agora, com mais uma vida pra criar.
- Luan, fica feliz, vai? Eles estão feliz, minha também e eu nem se fala. Meu sonho ser tia. Você tem condições e a Bruna não vai precisar parar a vida por causa de filho.
- Eu sei...Por enquanto eu tô uma pilha, mas acho que vai passar.
- Vai sim! Deixa só a barriga dela começar a crescer, vai ser tão lindo. - Sorri e ele riu fraco do outro lado.- E seu pai? Tá morrendo de raiva do Lorenzo...
- Até que não! Ele brigou bastante com a Bruna, ela até chorou, mas disse que vai apoiar já que não tem como voltar atrás. Ela disse que seu irmão quer vir aqui para conversarmos todos juntos. Vem com ele!
- Pode deixar, eu vou sim! Olha se acalma e acalma seu pai também. Eu sei que não é fácil mas meu irmão não vai fugir de nada. Ele é responsável.
- Da última vez que disse pra eu ficar tranquilo com ele, engravidou minha irmã.
- Não foi por querer, tá? Ele estava muito nervoso, mas já que aconteceu, ele vai assumir o bebê e a sua irmã, e fica mais fácil porque se gostam.
- Tudo bem, Nathália. Não quero brigar com você por isso.
- Eu também não, Luan...
- E seu pai?
- Nem me fala! Cada dia que passa tudo fica pior! - Suspirei.
- O que ele disse pro seu irmão?
- Eu acordei com eles discutindo...
- Eu pensei que ele ficaria tranquilo, mas deve ser porque a Bruna é minha...Irmã. Acho que ele não gosta mesmo de mim! - Dessa vez, Luan que suspirou do outro lado da linha.