quarta-feira, 1 de julho de 2015

Capítulo 92





- Amor, ta decido eu vou no médico! - Acordei Luan dizendo, que me olhou zonzo.
- Hã? 
- Eu pensei a noite toda, mal dormi. Eu vou no médico ver o por que de eu não consegui engravidar.
- Amor, não se precipita! Espera mais um pouco, logo você engravida... - Ele se sentou.
- Não! Eu não quero! Já marquei e tinha uma vaga pra agora, já estou indo.
- Nathália...
- Eu juro pra você, que se eu não tiver nada eu vou deixar o tempo passar. Eu vou parar de paranóia.
- Jura? 
- Eu juro! 
- Tudo bem! Me dá dez minutos pra eu me arrumar?
- Você vai comigo?
- Eu nunca vou te deixar sozinha, amor. - Sorri e Luan selou nossos lábios antes de se levantar.
Confesso que fui os quarenta minutos, que levamos do condomínio ao hospital, por conta do trânsito, rezando para que eu não tivesse nenhum problema para engravidar e que a médica me dissesse que era só esperar para isso acontecer.
Esperamos dez minutos e a secretária já nos mandou entrar. Estava com medo e Luan pegou na minha mão me passando segurança.
- Calma! Sua mão está gelada, amor! - Ele sussurrou no meu ouvido e eu só assenti.
Cumprimentamos a doutora, que parecia bem simpática e começamos a consulta.
Fiz todos exames que ela pediu e me incomodei quando disse que ficariam prontos em uma semana. Eu não aguentaria sete dias de agonia. Luan percebeu.
- Doutora, não dá pra pedir com urgência? - Luan pediu e ela nos olhou assustada. - Eu vou falar a verdade pra senhora. Nathália anda muito nervosa com isso. Eu já falei, minha mãe, a mãe dela, minha irmã...Nada adianta. Acho que ela morre uma semana esperando esses exames.
- Nathália, isso não pode! Ás vezes pode até ser seu psicológico que não te deixa engravidar, porque quer muito, ou pode até ter uma gravidez psicológica. - Me assustei.
- É mais forte que eu doutora.
- Olha, eu vou pedir seus exames com urgência sim. Vocês têm o dia livre? - Assenti.
- Me dão uma hora?
- Sério? Claro! - Sorri.
Ficamos ali mesmo na clínica. Eu não conseguia nem conversar de tão nervosa.
Minha mãe ligou pro Luan, já que eu tinha esquecido meu celular em casa, brigou comigo por estar tão nervosa, mas não me importei.
Voltamos pro consultório assim que uma enfermeira foi nos chamar.
- O que eu tenho doutora?
- Nathália, olha você tem uma infecção uterina.
- E isso é grave? - Já começava a ficar nervosa.
- Olha, você pode sim engravidar e como eu imaginava, ainda não engravidou pelo uso prolongado de anticoncepcionais, mas na maiora das pessoas que tem essa infecções, acontece uma gravidez ectópica.
- Ectópica? - Luan perguntou confuso.
- Fora do lugar apropriado...
- E isso tem risco?
- Grandes riscos. Não vou mentir pra você, pouca gente leva até o fim. - Suspirei pesado.
- E agora? O que a gente pode fazer? - Luan começou a perguntar, nem isso eu queria mais fazer.
Na minha cabeça, eu não poderia ter filhos nunca e meu sonho de ser mãe, junto com o sonho de Luan de ser pai iria por água abaixo.
- De verdade? O caso dela já está bem avançado, dá sim pra tentarem naturalmente, mas pode demorar, pode sofrer um aborto espontâneo, eu indico uma inseminação artificial.
- Inseminação? - Falei pela primera vez.
- Não precisa ficar assustada, é normal hoje em dia. Eu acredito que assim sua gravidez vai adiante, pode não ir de primeira mas vai.
- Eu não sei...
- Não é nenhum bicho de sete cabeças, confiem em mim!
- Mas... O filho vai ser meu? - Luan perguntou um pouco confuso e a doutora riu. 
- É sim, Luan, fica tranquilo! A gente vai implantar nela o seu sêmen.
- Ah!
- Olha, eu vou passar pra vocês todo processo, vou escrever tudo e vocês pensem bem em casa. Pode perguntar sua mãe, Nathália. É quase cem por cento certo. - Assenti. Era uma velha conhecida da minha mãe.
- E por que isso agora, Doutora? Eu nunca tive problema nenhum...
- Já sofreu algum aborto? - Assenti. - Sabia. Isso tudo é consequência de um.
- Mas eu conheço pessoas que engravidaram depois disso.
- Nós somos diferentes, Nathália. Cada corpo é de um jeito.
- Eu fui a premiada!
- Você e mais milhares de mulheres e quase todas conseguiram seu objetivo. - Ela sorriu.
Fui pra casa pensando na possibilidade. Eu tinha me interessado pelo método e que mal tem? Era melhor uma coisa mais certa do que ficar anos tentando.
- O que você achou? - Luan me perguntou assim que chegamos em casa.
- Eu gostei da ideia...
- Tá falando sério?
- Tô, por que?
- Nathália, você vai engravidar através de uma clínica, poxa! E eu? Como eu fico? Com meu orgulho ferido por não poder engravidar minha própria mulher. Os médicos vão fazer isso por mim. 
- Luan, que pensamento idiota! O problema não é você, sou eu!
- A gente pode tentar. Ela disse que você pode engravidar.
- Tentar mais, Luan? Eu quero um filho logo e não perder anos tentando. Você ouviu também que quase ninguém segura a gravidez?
- Por que você não pode fazer parte da minoria?
- Eu desisto de conversar com você, Luan! Não vai entender nunca? Não é você que vai se sentir péssima por não poder ter um filho, você não vai sofrer com eu, se eu perder outro bebê, não é você que é o problema! É o meu sonho e você só quer saber do seu orgulho idiota! - Subi as escadas chorando
Minha única chance de ser mãe e meu marido não queria fazer o procedimento por causa de um machismo completamente idiota.






4 comentários:

  1. Vish aiesses pensamentos machistas viu... continua

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  2. IXI ..
    As coisas estão meias pretas pra esse casal ..
    @SonhoComOLuanS

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  3. Esse pensamento do luan tem que mudar, muito machista pro meu gosto. Não tem que pensar somente nele e sim nos dois.
    Continuaaaaa

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  4. Tadinha da Nathi , passando por um problema e Luan só pensando no orgulho machista dele . Espero que a Nathi consiga mudar o pensamento dele . *Laiaraujo

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