quarta-feira, 13 de maio de 2015

Capítulo 63





Já tinha passado um mês e meio, que Lorena tinha ido pro Japão, que Leo tinha brigado com Luan, que eu tinha visto o Luan pela última vez e que eu tive minha primeira vez com o Leo. 
Já tinha se passado tanta coisa, na minha vida que até eu estava confusa.
- Chegou cedo por quê, irmã? - Lorenzo perguntou, assim que cheguei em casa.
- Tô passando mal! - Me joguei no sofá ao seu lado.
- Tá com o quê? Você tá branca demais! - Fechei os olhos e senti sua mão em meu rosto, logo depois abrindo meus olhos. - Tá com olho amarelo. Tá sentido o que, Nathália?
- Uma vontade doida de vomitar e desmaiar. 
- Nathália! - Foi a última coisa que eu ouvi, antes de apagar.
Acordei com a voz do meu irmão, porém, tinha mais duas me chamando. Logo reconheci. Meus pais.
- Filha! - Minha mãe me deu algo forte pra cheirar e só então, consegui abrir os olhos.
- Oi, mãe...Eu já to melhor.
- Tá melhor nada! Tava toda apagada aqui.
- Eu desmaiei.
- Nathália, você não está com aquilo de novo não, né...
- Não, pai! Eu juro! Eu tava ótima até ontem. Não sei o que houve.
- Ainda está sentindo alguma coisa?
- To...Com enjôo, mas a tontura já passou. - Vi meu irmão e minha mãe se olharem, mas não disseram nada.
- Vamos pro hospital. - Meu irmão disse.
- Não precisa! - Protestei, em vão.
- Claro que precisa! - Dessa vez, foi meu pai que disse e eu suspirei. 
- Eu tenho plantão agora e vou com vocês. Pode voltar pro escritório, Murilo.
- O que? Não! Eu vou junto!
- Não é nada demais, confia em mim. Pode ir! - Minha mãe insistiu e enfim, ele aceitou.
Não estava entendo do por quê ela não queria que meu pai fosse comigo, mas não disse nada.
- Eu vou junto! - Só então escutei a voz de Bruna ali.
- Nem te vi, Bruna. - Ri e ela me acompanhou. - Não precisa...
- Claro que precisa! - Fomos para o hospital e eles nem me levaram para outro médico, minha mãe mesmo pediu para que me fizessem alguns exames, mas não me falava nada.
- Você acha que sua mãe ou Lorenzo desconfiam de algo? - Bruna me perguntou.
Ela estava sentada na poltrona ao lado da minha cama, enquanto esperávamos a enfermeira e Lorenzo tinha saído atrás da minha mãe.
- Você viu a cara deles? Eu tenho certeza! - A pedido da minha mãe, os meus exames ficaram prontos em menos de uma hora e ela foi me entregá-los, mas pelo que já tinha visto, ela já tinha aberto.
- Como eu imaginava! - Me entregou o envelope.
- O que eu tenho, mãe?
- Leia você mesma. - Comecei a ler atenta cada palavra e paralisei em uma.
- Grávida? - Sussurrei e olhei para minha mãe, que assentia. - Eu não acredito! - Fechei os olhos com força.
- Pois acredite, irmã...Eu te daria uma lição de moral agora, se eu também já não tivesse encaminhado um filho antes da hora. - Ele gargalhou e Bruna lhe acompanhou sem jeito.
- E eu vou ser avó mais uma vez. Não acham que sou nova demais pra isso? - Minha mãe perguntou em tom de brincadeira e eu acabei rindo.
- Não sei o que fazer...Não sei se choro ou rio.
- Agora é melhor só ri mesmo. - Minha mãe disse.
- Esse filho é do...
- Do Leo, Lorenzo. Claro! Por isso não queria que papai viesse, mãe.
- É...Apesar de tudo, eu temo a reação dele.
- Nem me fale! Ele quase matou Lorenzo, que eu pensei que não faria nada, comigo então, ele vai me colocar fogo viva.
- Não exagera, mana!
- Quer que eu chame o Leo?
- É, né...Eu vou falar com ele de uma vez. - Minha mãe assentiu e todo mundo saiu do quarto.
Eu não estava acreditando no que estava acontecendo. Sempre que minha vida ficava um pouco menos agitada, algo acontecia.
- Me chamou? - Leo entrou sorrindo e selou nossos lábios. - Aliás, oque faz aqui nesse quarto? Não vai me dizer que...
- Não! - Revirei os olhos. - Eu passei mal sim, mas não foi por falta de cuidado, quer dizer, foi, mas não só meu.
- Eu não tô entendo, amor. - É, ele já me chamava daquela forma, mesmo eu não conseguindo retribuir.
- Tudo bem, vou ser clara! A gente esqueceu uma coisa e agora...Eu tô grávida!
- Hã?
- Tô grávida, Leo! - Coloquei as mão na cabeça e ele me olhou sem expressão.
Por um momento pensei que piraria ali.
- Tá falando sério? Você tá esperando um filho meu?
- É o que parece! - Levantei o papel do exame que estava na minha mão e ele sorriu.
- Nossa....Eu! Eu amei a notícia. Eu sempre quis ser pai e de um filho seu então. - Ele correu pra me abraçar.
- Não acha muito cedo? Nem temos um relacionamento sério.
- Você não gostou, né? - Ele se afastou de mim, 
- Não...Não é isso! Eu só tô achando tão cedo.
- Mas agora já era, amor. Olha, eu tô do seu lado pra tudo, pra qualquer coisa! Tudo que você precisar, porque eu te amo! Se seu pai quiser, a gente casa, pronto.
- Casar? - Engoli seco.

                                   ...
- Oi, irmã!
- Já chegou? - Abracei minha irmã que se assustou e eu ri.
- Já, uai. Graças a Deus. Não queria me ver?
- Não é isso...
- Que carinha é essa?
- Não sei se devo te contar isso.
- Por quê? É sobre a Nathália?
- Ela mesma... - Bruna suspirou.
- O que foi, Pi? Pode falar, não temos mais nada.
- Luan, ela tá...Grávida do Leo!
- Grá...vida?

terça-feira, 12 de maio de 2015

Capítulo 62





Meu celular tocou de noite, me acordando. Não era tão tarde, mas naquele dia achei melhor ir me deitar mais cedo, já que meu dia tinha sido um tanto quanto estressante.
- Alô
- Nathália, te acordei?
-  Ah! Oi, Leo! - Suspirei e me sentei na cama, bocejando.
- Sou eu... - Ele sussurrou. - Te acordei? - E voltou a repetir.
-É, acordou...
- Me desculpa. É tão cedo que eu não esperava que estivesse dormindo.
- Resolvi dormir um pouco. Acho que nos meus sonhos tenho um pouco mais de paz. - Joguei uma indireta e ele entendeu. Se calou por alguns segundos, mas voltou a falar.
- Te liguei por isso mesmo...Quero te pedir desculpas por tudo. Eu não podia ter falado daquele jeito com você, me intrometer na sua vida com seu ex...Eu fui um idiota e me arrependo demais. Me desculpa? Eu só fiz isso tudo porque...Gosto de verdade de você. - Dessa vez foi a minha vez de fazer silêncio.
- Eu...Tudo bem. Te desculpo!
- Sério? Nossa, eu fico bem mais aliviado ouvindo isso. Quero te convidar pra jantar comigo como pedido de desculpas.
- Eu já te desculpei...
- Não foi o suficiente. Aceita, vai? Eu to realmente arrependido.
- Se isso vai te fazer feliz. - Ri fraco. - Tudo bem!
- Amanhã, pode ser?
- Pode sim.
- Ás nove horas eu passo ai, pode ser? Eu largo o plantão só as oito.
- Tá ótimo!
- Obrigada de novo por aceitar...
- O que é isso, Leo! - Me despedi dele e voltei a  me deitar na cama.
Tinha perdido o sono, então, fui comer, já que estava sem comer a bastante tempo. Vi um filme qualquer que passava e só então, peguei no sono novamente.
Acordei cedo no outro dia, tomei meu café com meus pais e meu irmão, o que era uma coisa rara quando estávamos todos juntos em casa, ou fazíamos alguma refeição juntos. 
Fui para o estúdio e trabalhei até ás seis horas da tarde. Levei uma bronca da minha mãe, assim que cheguei em casa, por não ter almoçado, mas logo em seguida fez questão de arrumar um enorme prato pra mim.
Me distraí no computador do meu quarto, até a hora de me arrumar para jantar com Leonardo.
- Como sempre, pontual! - Me sentei ao seu lado, no banco do passageiro e ele riu.
- Sempre! - Ele deu partida no carro.
Sorri e me lembrei o quão atrasado Luan era. Até esse seu defeito, que ás vezes me irritava, eu amava nele. Sempre tinha alguma desculpa de que estava fazendo alguma coisa importante.
- Pra onde vamos? - Desviei meus pensamentos e lhe olhei.
- Em um restaurante Árabe, que eu amo. Você gosta de comida Árabe?
- Amo! - Ele sorriu, como resposta.
- Confesso que estava preocupado com isso. 
- Não precisa. - Fomos conversando sobre vários assuntos, até chegarmos no restaurante, que era bem pertinho da minha casa. No bairro mais nobre de São Paulo.
O nosso jantar foi tão agradável. Ele tentava de todo jeito me agradar, fazia questão que eu escolhesse tudo que eu mais gostava. 
Conversávamos animadamente e quando estávamos esperando a sobremesa, me puxou para um beijo.
Foi até um pouco inesperado, mas eu decidir não negar. Pela primeira vez, eu queria levar aquilo adiante.
- Queria te levar pra outro lugar agora. Você aceita? - Ele me olhou receoso.
- Pra onde?
- Tenho certeza que vai gostar...
- Tudo bem, vai! - Sorri e ele seguiu para onde queria.
Fomos para, aparentemente, um hotel fazenda, bem bonito por sinal. Tinha um chafariz logo na entrada, todo iluminado, muita grama, flores. Eu tinha amado.
Fomos direto para um quarto, que eram todos separados da enorme casa.
- Gostou? - Me perguntou, assim que entramos no quarto.
- Amei! Nossa, muito lindo. Como eu não descobri esse lugar tão pertinho de mim? - Ele riu.
- Não sei...Eu aconheço aqui desde que cheguei em Sampa.
- Já trouxe várias aqui então. - Ri.
- Não! Aqui é muito especial pra mim pra trazer qualquer uma.
- Então eu não sou qualquer uma? 
- Claro que não! Ainda tinha dúvidas disso? Eu gosto demais de você, Nathália. - Ele se sentou do meu lado na cama e tirou o cabelo que caia no meu rosto.
Me puxou para um beijo longo e com desejo e eu levei minhas mãos até sua nuca.
Eu queria tanto tentar de vez com outra pessoa, que nem pensei muito e quando me dei conta, eu tinha transado com ele. Não que tenha sido ruim, pelo contrário, ele era um príncipe, mas me bateu um pouquinho de arrependimento.
- Vamos dormir aqui? - Virei meu rosto para lhe olhar, já que estava de costas para ele, enquanto me abraçava pela cintura.
- Se você quiser...O café da manhã daqui é ótimo! - Ele deu uma risadinha e eu lhe acompanhei.
- Então vamos ficar. - Fechei meus olhos e não demorou muito para que eu dormisse.

                      ...

- Não sabe quem eu encontrei ontem, Luan.
- Quem, Rober? - Eu procurava meu boné, para colocar na minha mala, para viajarmos.
Era meu último dia de folga.
- A Nathália...Em um restaurante e estava acompanhada.
- Com certeza com aquele doutorzinho. - Revirei os olhos e meu amigo riu.
- Ele é médico?
- Pelo que eu sei, foi ele que atendeu ela quando foi pro hospital.
- Entendi.
- Que sejam felizes! Eu só quero isso pra ela, que ela seja feliz porque merece. Mas não sei se esse médico, metido a perfeito, é o ideal.

sexta-feira, 8 de maio de 2015

Capítulo 61




Assim que cheguei em frente a casa do Luan, suspirei e enfim toquei a campainha. Bruna me atendeu visivelmente nervosa e eu lhe mandei manter a calma. Subi as escadas e bati na porta do quarto do Luan.
- Nathália? - Ele abriu a porta surpreso e eu entrei.
- Você ta bem? Vim te pedir desculpas.
- Tô sim...Isso não foi nada! Não precisava, não foi você que fez isso.
- Mas foi por minha causa. Me desculpa?
- Te desculpo sim, mas antes, você vai ter que me desculpar por tudo que eu já fiz de mal pra você! - Ele tinha a voz de choro e as lágrimas caíram de seus olhos.
- Você não me fez nada de mal, Luan, pelo contrário. Eu que fui uma trouxa, só isso!
- Não...Eu fui o culpado de tudo! - Ele se sentou na cama encarando o chão e colocou as duas mãos no rosto.
- Não foi, mas já que insisti, te desculpo. - Continuei no mesmo lugar, lhe olhando e depois de alguns segundos em silêncio, enfim ele tirou suas mãos do rosto e me olhou. Seus olhos estavam muito vermelhos.
- Não me olha assim!
- Como eu tô te olhando? 
- Com frieza! Você não é assim! Você é doce, tem um olhar doce.
- Agora, eu tenho um olhar doce com quem eu quero, Luan. Sério, eu aprendi a lição.
- Não era lição nenhuma! - Ele se levantou e se aproximou. - Diz que não me ama mais!
- Eu te amo! - Ele se assustou e se calou. - Mas não é por isso que eu vou ficar correndo atrás de você.
- Não quero que corra. Se eu te pedisse pra tentarmos de novo, o que me diria?
- Eu diria que agora não é o momento! E se existir esse momento, eu não sei se vai dar certo.
- E se eu te disser que também te amo?
- Eu não sei se acreditaria! - Desviei meu olhar do seu e me afastei dele.
- E por quê não? Eu te amo sim!
- Me ama, mas não é o suficiente. Não que eu seja egoísta, Luan e também não quero que você quase morra por mim, assim como um dia, eu quase morri por você, mas eu quero o seu coração inteiro e não só a metade dele. Eu sei que eu só tenho a metade! Você não me ama como amou sua ex mulher, você não me ama como eu mereço. - Ele encarou o chão.
- Isso é verdade, eu não te amo como merece, mas eu vou te amar. Sabe por quê? Porque cada dia que passa eu sinto mais a sua falta. Eu nunca pensei que sentiria tanto!
- Você não sente a minha falta, só tá com o orgulho ferido de achar que eu tô namorando o Leonardo e já te esqueci.
- Eu sei que você não tá namorando ele e sei também que não me esqueceu e não vai tão cedo. Eu realmente sinto a sua falta, Nathália.
- Já que está bem, eu já vou indo. - Andei em direção a porta. 
- Nathália, eu tô arrependido por tudo. Me perdoa! - Não respondi e saí do seu quarto.
Acalmei Bruna, falando que Luan estava bem e só queria descansar e ela me fez lhe contar tudo que tinha acontecido no shopping, e eu sem escolha, tive que falar.
Voltei pra casa aérea. Meu coração achava que eu tinha pegado um pouco pesado com o Luan, mas minha cabeça dizia que ele merecia e que não era pra eu pegar leve com ele tão cedo. E pra falar a verdade, eu ficava confusa na ideia de quem eu iria.
Deitei na minha cama e tentei pensar naquilo tudo, mas era quase impossível, uma grande loucura. Eu o amava e tinha certeza que só seria feliz por completo com Luan, mas também tinha muito medo de sofrer demais, como já havia acontecido.
- Amiga eu... - Lorena entrou de repente no meu quarto e eu me assustei.
- Nossa, que susto!
- (risos) Me desculpa. Estava com a cabeça na Lua? Ou no Luan?
- Não enche! - Revirei os olhos e ela riu.
- Tudo bem...Vim te contar uma novidade.
- Também tenho que te contar o que aconteceu hoje...
- O que?
- Primeiro me conta sua novidade.
- Eu fiz um teste pra uma campanha, como modelo e passei, só que eu vou ter que ir lá pro Japão.
- Modelo? Você?
- Eu mesma! Acho que vou investir.
- Nossa! Essa eu não esperava, apesar de ser linda. Vai conseguir muitos trabalhos. Só não gostei da parte de ficar tão longe de mim.
- Eu também não. Mas juro que te ligo todos os dias! - Ela me abraçou e eu sorri.
- Se você não ligar, eu mesma faço isso. E quanto tempo vai ficar lá?
- Não tem tempo determinado ainda, amiga. - Fiz careta e ela riu.
- Tudo bem! Tudo pra te ver feliz, minha maluca.
- Te amo! Agora me conta o que aconteceu hoje que você tá com essa cara. - Suspirei e voltei a me deitar na cama.
Depois de contar toda história para Lorena, que ouvia tudo atentamente, como se fosse um filme, ás vezes ria, ás vezes fazia cara de espanto.
- Tô confusa!
- Você sempre foi! - Ela debochou de mim. - Eu nem sei o que dizer. Esse relacionamento de vocês é louco.
- Agora que você percebeu isso? - Ela riu. - Eu vou deixar o tempo resolver tudo isso.
- Eu acho melhor também.

quinta-feira, 7 de maio de 2015

Capítulo 60





No outro dia, como tinha combinado com Léo, ele passou ás quatro horas na minha casa e fomos para o cinema de um shopping.
- Não trabalha mais não? - Brinquei e ele riu.
- Ontem foi minha folga e hoje, eu trabalhei só até meio dia.
- Ah...
- E você também não!
- Eu tirei umas férias. Mas semana que vem já volto com trabalho dobrado.
- Entendi...Você pretende voltar pro seu apartamento?
- Pretendo sim! Apesar de estar amando voltar a morar com meus pais, eu prefiro morar sozinha.
- É pertinho?
- É sim...Umas duas ruas acima.
- Assim que é bom! Daria tudo pra minha mãe morar duas ruas de mim.
- Onde ela mora?
- Minha família é toda do Rio Grande do Sul.
- Você também é gaúcho? 
- Sou! Dá pra perceber? 
- Não...Ou eu sou muito desligada. - Rimos. 
- Eu perdi bastante meu sotaque mesmo, afinal, dez anos morando aqui.
- Nossa! Bastante tempo. Você vê pouco sua família?
- Bem pouco...Duas vezes no ano.
- Pouco mesmo. Tem irmãos?
- Dois! 
- Só homens?
- Só...Bem que eu queria uma irmã, mas acho que meus pais só fazem homens. - Rimos.
Assim que chegamos no shopping fomos ver o filme que estava em cartaz e era um romance. 
Leonardo disse que preferia terror, mas assim que eu disse que amava romances, ele disse que era aquele mesmo que assistiríamos. Era sempre muito fofo comigo, mas já tinha alguns dias que não rolava nada entre nós, que eu não tinha vontade de beijá-lo.
Comprei os ingressos, que ele fez questão de pagar e ele foi buscar a pipoca. O shopping era bem grande e andávamos um caminho bom até a sala de cinema. Nesse caminho que ele tentou segurar minha mão, com a dele que estava livre, mas eu recuei.
- Nathália, eu posso ser sincero com você em uma coisa? - Ele parou e eu também.
- O quê? - Perguntei confusa.
- Se você quer mesmo esquecer seu ex, tem que tentar. Você não facilita, poxa. Eu vivo atrás de você e só levo toco.
- Claro que não, Leo! Eu já disse pra você que não quero nada sério, não agora. A gente fica sim...
- De vez em nunca. Parece que só no último caso mesmo que você me procura! - Encarei o chão e suspirei.
Agradeci também por estarmos sozinhos ali. 
- Eu deixei bem claro desde o começo tudo pra você, Leo...
- Eu sei e sei também que aceitei tudo isso, mas você precisa abrir seu coração pra mim. Eu tô começando a perder a paciência. Estamos mais de dois meses nisso.
- Eu sabia que uma hora isso aconteceria e você se cansaria.
- Mas eu não quero que isso aconteça, por isso estou te falando essas coisas. 
- Você tá com raiva de mim, não é?
- Quer saber? Eu não tô com raiva de você, tô com raiva desse teu ex que não sai da sua cabeça pra nada. Entende, Nathália, ele não vale nada, ele é um idiota! - Ele acabou de falar e assim que eu levantei a cabeça para lhe olhar, levei um susto. 
- Você me conhece, pra dizer o que eu sou ou deixo de ser? - Luan estava atrás de Leonardo, que se virou, tão assustado quanto eu, mas não se intimidou.
- Conheço o suficiente pelo que fez com Nathália. Você é um idiota sim!
- Luan! Tá fazendo o que aqui? 
- Aqui é um shopping, Nathália! - Ele me olhou e suspirou. - Desculpa, eu não quis ser grosso!
- Você ser grosso com ela não é nada, comparado a tudo que já fez! - Leonardo falou.
- Você não sabe de nada!
- Eu sei sim! Eu sei também que ela foi pro hospital por sua causa. Mas por uma coisa eu te agradeço, se ela não tivesse ido pro hospital aquela vez, não tínhamos nos conhecidos.
- Azar o dela conhecer um idiota feito você! Juro, eu queria que vocês ficassem juntos, que ela fosse feliz, mas agora eu vejo que você é um idiota. Como pode me julgar assim sem me conhecer? Se quer conquistar ela, conquiste falando de você e não de mim. Eu não admito que fale de mim, eu nem te conheço, cara. - Luan terminou de falar e levou um soco na boca, que o fez cair no chão.
- Para com isso, Leonardo! - Entrei em sua frente, assim que ele deu mais um passo.
Luan se levantou do chão me olhando e eu não sabia o que fazer.
- É isso que você quer pra você, Nathália? Um cara desse tipo, que perde a linha fácil? - Ele limpou o canto da boca que sangrava um pouco.
- Seu otária! Cala a boca! - Leonardo estava tão vermelho, que eu não o reconheci naquele momento. - Vai embora daqui, antes que eu te arrebente! - Luan me olhou e seu olhar pedia para que eu dissesse alguma coisa, mas eu não disse. Eu não sabia o que dizer.
Vi seus olhos se encherem de lágrimas e ele saiu dali. Encarei o chão e comecei a chorar.
- O que foi isso, Leo? - Enfim o olhei.
- Quer saber? Você realmente não me merece, Nathália. Tá chorando por ele, agora?
- Eu tô chorando por tudo que aconteceu aqui. Você não podia ter batido no Luan, você é doido!
- E por quê eu não podia? Você é uma idiota!
- Eu não sou idiota! - Falei alto e ele me olhou espantada. - Eu amo o Luan sim, mas eu mudei. Eu não troco mais a minha vida pela dele, eu não faço mais tudo por ele, mas você não podia ter batido nele por nada. Você agiu errado e ele pode te processar! 
- Que processe...
- Quer saber, Leonardo? Tomara que processe mesmo. O Luan tem razão. Você tem o pavio muito curto, você tá fora de si por coisa boba. Eu vou embora e quando você voltar ao normal, a gente conversa. - Saí dali em passos largos e por sorte, já tinha um táxi parado na entrada do shopping. 
Eu queria chegar em casa logo.
Assim que cheguei em casa, meu celular tocou e eu estranhei ao ver o nome da Bruna na tela.
- Oi, Bruna!
- Nathália? Você está em casa?
- Estou sim, por quê?
- Eu tava sozinha em casa quando o Luan chegou com um machucado na boca, o testa e o Well não sabem o que aconteceu. Ele foi no shopping comprar um presente pro aniversário da minha mãe e voltou assim. 
Ele não quer me contar o que é, eu passei pelo quarto dele e escutei ele dizendo seu nome. Você sabe de alguma coisa? - Suspirei.
- Fica calma! Você não pode ficar nervosa assim!
- Mas o que aconteceu com meu irmão? A boca dele tá inchada, eu tô sozinha com ele, que tá trancado no quarto. Vem pra cá?
- Hã? Eu?
- É você mesma! Por favor, Nathália! Vem aqui?
- Tudo bem! - Suspirei. - Eu só vou porque você tá muito nervosa e não pode ficar assim.

quarta-feira, 6 de maio de 2015

Capítulo 59




O DVD tinha sido perfeito, o Luan estava perfeito. Tinha tanta gente, me encantei de verdade por tudo, nem parecia que tinha ideia minha ali. 
Assim que acabou, todos iriam para o camarim do Luan e de lá, comemorariam aquilo tudo no hotel, em um espaço de lá que alugaram, iria bastante gente. 
- Eu já vou indo, Lo! - Abracei meu irmão!
- Tá bem! Vai direto pro hotel? - Revirei os olhos e ele riu.
- Não sei! Podemos ir comer alguma coisa, não é, Leo?
- Podemos sim! - Ele sorriu.
- Então tá! Eu confio em deixar minha irmã com você, cara. - Meu irmão riu.
- Pode confiar...
- O DVD foi lindo, irmã!
- Eu também amei! Nossa, nem parece que eu participei de nada.
- Mas participou e você tem que fazer isso mais vezes, porque realmente ficou incrível.
- É o que eu mais quero daqui pra frente. - Fui me despedir da família do Luan, que me receberam ali com tanto carinho e em nenhum momento me deixaram ficar constrangida.
- Já vai, cunha? - Abracei Bruna por último.
- Vou sim! Vê se cuida direitinho do meu bebê!
- Pode deixar! - Ela bateu continência e nós rimos.
Saímos dali e como eu tinha pedido, pegamos um táxi para um restaurante perto do nosso hotel.
Tinha pouca gente, mas era um ambiente bem agradável, tinha até uma música para ouvirmos.
Jantamos e pedimos uma sobremesa, quando acabamos de comer. 
Fomos andando a pé mesmo até o nosso hotel e subimos para o quarto.
- Que horas está marcado mesmo o nosso voo? - Perguntei, assim que me sentei na cama e Leonardo tirava seus sapatos.
- Uma hora! Dá pra gente comer aqui no hotel, se acordarmos cedo. 
- Vou colocar meu despertador pras onze. Aqui é bem perto do aero, não é? - Ele assentiu e eu peguei meu celular. 
Estava distraída, mas senti assim que ele sentou ao meu lado.
- Pronto?
- Pronto! - Sorri e ele me acompanhou.
Começou a se aproximar e eu questionei a ideia de me afastar, mas eu decidi tentar. Se eu realmente queria tirar o Luan da minha cabeça, teria que tentar com outra pessoa.
Seu beijo era muito bom, com gostinho de quero mais e ele acariciava minha nuca me causando arrepios.
- Acho que não foi tão ruim assim, foi? - Ele brincou, assim que se afastou minimamente de mim e eu ri.
- Claro que não!
- Tá vendo o que tava perdendo!
- Você é muito bobo, Leo! - Bati de leve em seu braço e ele riu. - Vou tomar um banho, tá?
- Eu podia ir com você...
- Não mesmo! - Ri e antes de me levantar, ele selou mais uma vez nossos lábios.

( 2 meses depois )

Eu ficava ás vezes com Leo, na verdade, quando realmente a carência batia. Eu sabia que estava errada em estar usando um pouco ele, mas ele tinha aceitado ser daquele jeito, já que deixei claro que namoro, relacionamento sério, era a última coisa que eu queria. 
Ele me ligou enquanto eu me arrumava e eu coloquei o celular no viva-voz.
- Oi, Leo!
- Oi, Nathi! Tá atoa?
- Pior que não. Tô me arrumando pra sair.
- Vai sair em plena segunda feira de tarde? - Ele riu e eu lhe acompanhei.
- Na verdade, eu vou em uma consulta médica com a minha cunhada, já que meu irmão está trabalhando, ela me chamou pra ir junto.
- Entendi! Já que é assim, eu vou deixar. Outro dia marcamos um cinema.
- Queria me levar no cinema?
- Pois é...
- Não dá amanhã?
- Dá sim! Eu te ligo depois.
- Tudo bem! Agora eu vou acabar de me arrumar, que eu tô louca pra saber o sexo do meu bebê.
- (risos) Nunca vi tia mais babona. Vai lá! Beijos! - Terminei de me arrumar rápido, já que estava atrasada e passei na casa de Bruna para pegá-la.
Foi impossível evitar as lembranças, assim que parei em frente a sua casa. Como eu queria estar feliz com Luan ainda. 
Minha cunhada entrou animada no carro e nós fomos assim, até a clínica. 
Depois de meia hora de espera, enfim entramos e descobrimos o sexo do bebê.
- É uma menina! - A médica disse sorrindo.
- Ah, como imaginávamos! - Bruna quase gritou e eu ri.
- Estão vendo, o sentido da mamãe e da titia não falha! - A médica brincou e nós rimos.
Saímos da clínica e pegamos um trânsito terrível.
- Meu irmão achava ser um menino. - Falei.
- Todo pai quer um menino! - Bruna revirou os olhos e eu ri. - Mas eu confesso que queria uma menininha mesmo. Não vejo a hora de nascer!
- Eu também não!
- Ah, vamos poder comprar tantas roupinhas lindas! - Assenti. Ela parecia uma criança falando. - Meu irmão também pensava ser um menino.
- Homem é tudo igual mesmo. - Falei e me calei. Confesso que não queria entrar naquele assunto, mas ela insistiu.
- E você? Pretende ter um bebê?
- Bem mais pra frente! - Lhe olhei.
- Eu queria que fosse meu sobrinho também.
 - E será! - Ri fraco.
- Não postiço. Queria que fosso do meu sangue.
- Isso já não vai mais acontecer.
- Poxa, eu ainda tenho esperanças de você e meu irmão voltarem. - Eu lhe olhei, assim que paramos mais uma vez no engarrafamento. - E você também... - Ela sussurrou e eu não respondi. Não sabia o que falar.
- Acho que acabou de verdade! - Olhei pela janela.
- Eu acho que não! Olha...Sabia que ele me perguntou se está namorando?
- Por que?
- Foi no dia do DVD, ele te viu com aquele médico.
- O Leo.
- É...Ele me perguntou quando chegamos no hotel e eu disse que não. Falei errado?
- Não...Não falou, eu não quero namorar...
- Outra pessoa que não seja meu irmão! - Ela riu. 
- Para com isso! - Lhe acompanhei.
- Ele sofre pela separação de vocês também. Ele se sentiu tão culpado quando você foi pro hospital. Ele me disse que quer sua felicidade, mesmo ainda sendo especial pra ele.
- Não sei se sou especial pra ele.
- Pode postar! Eu acho que já já ele vai te pedir pra voltar! - Ela disse animada.
- Acho que não e...Eu não sei se volto.
- Pois eu sei e você vai voltar sim e vocês vão viver felizes para sempre! - Ri de seu jeito.
- Tá entregue! - Parei em frente a sua casa.
- Não quer entrar?
- Não...
- Por quê? - Ela fez bico.
- Eu sei que hoje é segunda feira e seu irmão está aí.
- Ah que droga! - Ri dela e me despedi. 

terça-feira, 5 de maio de 2015

Capítulo 58




             ...
- Boi! Bora pra casa! - Acordei com Rober falando.
- Já?
- (risos) Já sim! É hoje!
- Ai meu Deus! Nem me lembre! - Ri.
- Você tem meia hora pra se arrumar, não se atrase, por favor! - Assenti e ele saiu do quarto.
Estava super ansioso, o dia da gravação do meu DVD tinha chegado. Tivemos a ideia do DVD meio que de última hora, tinha só alguns meses que o outro tinha sido lançado, mas todo mundo estava com tantas ideias que eu me perguntei, por que não gravar mais um? Juntamos todas nossas ideias de meses atrás que trabalhamos e decidimos fazer esse DVD. 
Confesso que tinha esquecido um pouco dele nos últimos tempos, por conta dos meus problemas pessoais, e quando pisquei os olhos, já estava no dia da gravação.
 Logo me lembrei de Nathália também e a dúvida se ela iria me pegou. Eu queria muito vê-la lá, afinal a maioria das ideias tinham sido dela e estava tão feliz por estar produzindo um primeiro DVD. Lógico que depois que alguns amigos próximos ficaram sabendo da nossa relação, começaram a lhe solicitar muito e ela já estava trabalhando em alguns DVD's, mas saber que o meu era o primeiro que seria gravado, me deixava bem feliz.
Meus pensamentos foram interrompidos pelo meu celular tocando e um pouco da minha felicidade acabou, quando Dudu me disse que Nathália tinha saído fora do projeto, quase no final. Ele até questionou se eu sabia o porque, mas neguei. Ele sabia da nossa relação, mesmo eu nunca lhe contando oficialmente, mas não sabia do término dela. 
Me deitei na cama suspirando, então ela não iria, se caiu fora é porque não queria mas me ver, consequentemente, não iria no meu DVD.
Ainda estava na cidade do show que tinha feito no dia anterior, me arrumei em menos de meia hora e fomos para São Paulo. Eu ficaria em casa aquele dia e no final dele, iria com a minha família para cidade do show.
Seria em São Paulo mesmo, porém, mais um vez Nathália deu a ideia de mudarmos e irmos para uma cidade mais afastada, que tem poucos shows e todo mundo concordou. 
Chegamos em Salvador - BA, quase quatro horas da tarde e nos hospedamos no hotel que tínhamos reserva. Lindo, de frente para o mar.
Aquele restinho de hora que eu tinha antes da gravação, passei dormindo, queria ficar bem descansado e consegui. Acordei novo em folha. 
Na recepção do hotel, todos já me esperavam para irmos juntos, eu tinha preferido daquele jeito.
Olhei para Lorenzo e mais uma vez Nathália invadiu os meus pensamentos, mas não me atrevi a perguntar sobre ela. Lhe cumprimentei com um aperto de mão e um meio abraçado, já que eu não tinha lhe visto naquele dia. Chegou bem depois de nós e eu devia estar dormindo.
 Ele me desejou boa sorte e eu sorri. Parecia já não estar com tanta raiva de mim.
Dei entrevistas antes de começar a gravação do DVD, um canal de TV me acompanhou desde o hotel, até a preparação no camarim. O local do show era bem aberto, arejado, e eu decidi fazer aberto mesmo para qualquer um que quisesse ir. Não tinha custo de ingresso, nem de nada e eu estava louco para saber se mais fãs compareceriam. Eu realmente queria ver a quantidade de fãs que eu tinha. 
Pedi ao meu escritório que fizesse até sorteio com viagem e hospedagem paga, eu realmente queria que elas comparecessem como nunca quis. Mais uma ideia de Nathália o sorteio, que ao todo foram 500.
Tínhamos consciência que seria o DVD que me daria menos lucro, já que o dinheiro de toda venda, eu também doaria, mas estava disposto. 
Minha família se despediu de mim, faltando alguns minutos e foram para o camarote, que tinha sido montado bem perto do palco para minha família que estava em peso e meus amigos. Eles mereciam um lugar especial.
Entrei sorrindo no palco e meus olhos se arregalaram ao ver que tudo aquilo tinha valido a pena.
Era um mar de gente e eu comecei a acreditar quando minha assessora disse que tinha ali mais de 200 mil pessoas. 
Mas logo depois de alguns minutos, meu sorriso se desfez, assim que eu vi Nathália no camarote. Ela sorria olhando tudo aquilo, mas estava acompanhada. Então, ela realmente já tinha superado tudo.
Eu ficava feliz, de verdade, minha intenção nunca foi vê-la sofrer, de jeito nenhum, queria mesmo que fosse feliz, mas sentia um pouco. Ela ainda era importante pra mim e mesmo que todo mundo duvidasse eu lhe amava de verdade, talvez não do jeito que ela me amava, mas eu lhe amava sim. 

                   ...

Depois de muito pensar, eu decidi ir ao DVD do Luan. Poxa, eu merecia ver tudo aquilo, as minhas ideias em prática, o primeiro DVD que eu ajudei a produzir. Minha mãe tinha ficado preocupada e Lorenzo também, quando liguei para ele falando da minha ida. Ele já estava em Salvador, mas se aliviaram quando eu disse que chamaria Leonardo para ir comigo. 
Eu pensei até que recusaria, mas ele aceitou e me buscou em casa as cinco horas para irmos para o aeroporto. Resolvi lhe contar toda a minha história, que Luan era meu ex namorado, fiquei com receio, mas ele reagiu de maneira normal.
- Eu tinha que vir, você me entende? - Disse, assim que entramos em um táxi. 
Lorenzo tinha me dito o hotel que ficariam, então, optei por outro, que por sorte tinha vaga de última hora. Porém, só tinha um quarto e eu teria que dividi-lo com Leo, mas eu não me importei e nem ele.
- Eu te entendo, Nathália! Sério! Sua carreira é importante pra você, não é?
- Muito! 
- E o Luan também, mesmo não confessando...
- Mas eu nunca neguei! - Ele ficou surpreso com a minha resposta e eu suspirei. - Me desculpa!
- Não tem que se desculpar por amar outro cara. - Ele riu, descontraído.
- Muito obrigada por ter vindo comigo!
- Deu sorte que eu estou de folga.
- É verdade...Acho que eu não viria sozinha.
- E seu irmão? Já não está aqui?
- Está, mas ele namora a irmã do Luan e vão ficar no mesmo hotel que eles.
- Ah...Eu não sabia desse detalhe. - Ele riu.
- Pois é! Eles se conheceram através de nós e rolou. A Bruna tá grávida dele!
- Nossa, sério? O Lorenzo vai ser pai? Essa eu não esperava mesmo! - Rimos.
- Achei que soubesse...
- Não! Ele é bem discreto e com certeza ninguém do hospital sabe, se não já tinham comentado. Sabe como é...Seu irmão é tão certinho.
- (risos) Eu sei e o povo do hospital não deixa passar uma. - Ele negou rindo.

segunda-feira, 4 de maio de 2015

Capítulo 57




O sábado chegou bem rápido e eu confesso que já estava bem melhor. Já me sentia alguns quilos mais gorda, de tanto que minha mãe me fazia comer. 
Levantei de manhã, me arrumei, peguei minha bolsa e encontrei com meu irmão chegando na sala. Tinha acabado de deixar seu plantão.
- Ei, vai pra onde tão cedo? - Ele beijou minha testa.
- Vou ir resolver uma coisa. 
- Olhá lá, em!
- Fica tranquilo, irmão! - Me despedi dele e peguei a chave do meu carro.
Fui pensando o caminho inteiro, mas o trânsito estava bom e não demorei muito para chegar no estúdio vip.
- Nathália! Apareceu! - Dudu riu e eu lhe acompanhei, lhe abraçando em seguida.
- Apareci!
- Fiquei sabendo que estava doente. Está melhor?
- Estou bem melhor sim! - Sorri para ele. 
- Que ótimo! E o que te trás aqui? Eu fiquei mesmo de te ligar pra resolvermos algumas coisas, só que aí sua secretaria me disse que estava doente e eu achei melhor não te atrapalhar.
- É sobre isso mesmo que eu vim conversar com você.
- Sobre o quê? Os últimos ajustes pro DVD do Luan?
- Dudu...Eu tô saindo. Não quero mais participar do DVD.
- É o que? Por quê, Nathália? Você faz parte disso desde o começo. Estamos trabalhando a meses. Você não pode sair agora!
- Eu sei que você é ótimo e mesmo se eu não estivesse, esse DVD sairia perfeito, então não vai fazer diferença eu sair agora.
- Claro que vai! Você sabe que não, que eu preciso sim de você, teve culpa em grande parte. Deu tantas ideias ótimas, que vão estar no DVD. Não sai, Nathália!
- Desculpa, Dudu, mas eu vou sair sim! - Suspirei. - Desejo toda sorte do mundo pra você e pro Luan. Tenho certeza que vai ser outro sucesso dele, como sempre. 
- Nathália...
- Desculpa!
- Tudo bem...Eu não posso te obrigar a nada. Eu não sei os motivos disso, mas também não quero me intrometer na sua vida. Só tenho que te agradecer por tudo, me ajudou demais!
- Eu que te agradeço! Se precisar de qualquer coisa é só me procurar! 
- Olha que eu vou mesmo... - Ele riu e eu lhe acompanhei.
- Eu vou adorar! Por enquanto não, porque eu tô precisando de uma folguinha. 
- Eu entendo. Então, não quer ver nem o resultado do nosso último trabalho? - Ele se referia a parceria que Luan tinha feito com a banda Florida.
- Tudo bem! Acho que é uma boa maneira de encerrar isso tudo! - Sorri e lhe acompanhei.
Me sentei ao seu lado e escutei aquela música tão linda. Me emocionei e tive até vontade de chorar, não só por estar deixando de trabalhar com o Dudu por causa do Luan, mas também pela história da música.
Me despedi de Dudu, assim que acabamos de ouvir a música e voltei para casa. Ainda era difícil pra mim e eu acho que a sensação que eu sentia só de escutar seu nome, nunca passaria.
Assim que cheguei em casa e me deitei no meu quarto, me lembrei que o DVD já seria gravado na semana seguinte. Estava tudo tão lindo e eu queria muito concluir aquele trabalho, está lá para ver tudo de pertinho, todo nosso trabalho, mas eu não podia e nem queria.
A noite chegou e eu me arrumei, aliás, procurei me vestir da melhor forma possível. Eu precisa me sentir bem, bonita e tinha conseguido. Tirei uma foto e resolvi atualizar minha rede social que estava parada. 


Sábado chegou! Dia de sair, se divertir! (;

Leonardo chegou na hora marcada e eu me despedi da minha mãe e de Lorenzo, que viam TV.
- Pontual! - Ri, entrando no carro e ele me acompanhou, me dando um beijo no rosto em seguida.
- Ah, isso eu sou mesmo! Pensei que seria impossível, mas você está ainda mais linda. - Sorri tímida e encarei minhas mãos.
- Obrigada. Na verdade, eu não estava nada bonita naquele hospital. Você também está diferente, gostei de não te ver de branco.
- Gostou? Que alívio! - Ele era um palhaço e eu gostava daquilo, até me lembrava um pouco o Luan mas eu tentava pensar o mínimo possível nele.
Recebi uma mensagem da minha cunhada, um pouco antes de chegarmos no restaurante e sorri.

Vai sair, cunha? Que booom! Engordou, mas tá ainda mais lindaaa!

Quando iria lhe responder, Leonardo parou o carro e eu coloquei o celular dentro da bolsa, ainda rindo em pensamento com Bruna.
O garçom nos indicou a mesa reservada e nós nos sentamos. Começamos a conversar coisas aleatórias.
Léo, só parecia um homem formal, mas fazia palhaçadas e falava coisas sem nexo. 
Eu tinha gostado daquilo nele. 
Jantamos e comemos a sobremesa, entre risadas. Eu estava me divertindo de verdade, depois de muito tempo.
Ainda demos uma volta por uma praça que tinha próxima ao restaurante e depois, ele me levou em casa.
- Queria te agradecer pela noite ótima que me proporcionou!
- Ah, para! Eu que te agradeço! A muito tempo que eu não ria assim. - Sorri e ele me acompanhou.
Seu sorriso era bonito, seus dentes eram tão brancos, seu cabelo todo alinhadinho também era lindo e não tirava nem um pouco o seu charme. Seu cheiro também não passava despercebido. Não tinha lhe perguntado a sua idade, mas já devia ter seus trinta e poucos anos, bem charmoso e confesso que aquela camisa azul clarinha de botões, tinha caído perfeitamente bem nele. 
- Que bom que gostou! Sinal de que vamos sair mais vezes.
- Vamos sim... 
- Eu poço fazer uma última coisa hoje? Que eu queria fazer a muito tempo. - Assenti e ele se aproximou.
Foi tudo bem rápido e quando percebi, ele já tinha encostado sua boca na minha. Eu suspirei e até tentei levar aquilo a diante, mas não consegui.
- Desculpas, mas...Eu não to preparada pra isso ainda.
- Eu que...Te peço desculpa.
- Não, Léo! Não quero que fique chateado, você não me deve desculpas. É que eu acabei de sair de um relacionamento. Eu fiquei doente por causa dele... - Sussurrei a última frase.
- Então era por ele que foi parar no hospital? - Assenti, encarando o chão do carro.
- Eu ainda o amo e....Eu não vou mentir! Eu acho que nunca vou deixar de amá-lo. Eu sou completamente apaixonada. Me desculpa!
- Não precisa se desculpar. Eu te entendo! Mas saiba que se quiser esquecê-lo, partir pra outra, eu vou tá a disposição. Eu gostei muito de você, Nathália. - Ele mexeu no meu cabelo e eu o olhei sorrindo.
- Obrigada mesmo! De verdade! Você é incrível e eu quero muito ser sua amiga, acima de tudo. 
- Então me promete que vamos sair de novo? Juro que não tento mais nada se você não quiser!
- Eu prometo! - Sorri.