Capítulo 81

Os dias se passaram e finalmente Luan iria poder voltar a fazer seus shows. Eu estava bem mais aliviada por ele já estar bom de novo. Era horrível vê-lo doentinho.

Ia em sua casa todos os dias, na verdade, passava o dia com ele e de noite ia pro estúdio trabalhar. Dormi na sua casa a maioria das vezes também.

Naquela quinta feira eu passei o dia todo longe dele resolvendo algumas coisas, já que passaria quatro dias viajando com Luan. Estava tão animada e ao mesmo tempo com medo da reação de todos.

A van buzinou na frente da minha casa na hora marcada e eu me despedi dos meus pais, que estavam em casa.

Falei com todos que estavam junto com Luan e fomos até o aeroporto.

Eu estava tão nervosa quando vi aquele mar de gente em frente do hotel, que Luan percebeu e pediu seu segurança para que passássemos pelos fundos e assim foi feito.

Passamos o dia todo conversando, vendo filme e comendo.

- Deve ser legal ficar atoa assim o dia inteiro, todos os dias. - Brinquei enquanto me sentava no seu colo e ele riu.

- Não fico atoa nada. Se eu pudesse faria alguma coisa, ou sairia mas não posso. Hoje o dia tá sendo mais longo também porque saímos de casa muito cedo. Mas você sabe que eu acordo só no final da tarde.

- (risos) Tô brincando! E a academia?

- Hoje eu não vou, além de ter acabado de me recuperar, você tá aqui e eu quero te aproveitar.

- Olha lá, eu não quero te atrapalhar.

- Você nunca atrapalha, meu amor! - Ele me puxou para um beijo e nos amamos o resto da tarde.

Ele falava a todo momento o quanto minha presença, ali com ele, estava lhe deixando feliz e eu amava ouvir.

Tomamos um banho demorado juntos e na hora do show, descemos de mãos dadas.

Eu até pensei na hipótese de soltar nossas mãos, ainda dentro do elevador, assim que escutei a gritaria das fãs, mas ele me impediu e me lançou um olhar significativo. 

Respirei fundo e decidi enfrentar. Algum dia aquela hora iria chegar, eu não iria me esconder das fãs dele e da imprensa pra sempre.

- Quer passar pelos fundos? - Ele disse, assim que saímos do elevador.

- Não, já estamos aqui, já estão nos vendo. - Olhei para a enorme porta de vidro. - Se a gente passar por lá vão achar que foi eu que não quis passar por aqui, o que vai ser verdade, e de certo modo vão me odiar por você não ter atendido ninguém. Já deixamos elas na mão quando chegamos. Além do mais, elas merecem.

- (risos) Elas não vão te odiar, amor. Mas já que prefere assim.

- Prefiro! Um dia essa hora vai chegar, que seja agora, então.

- Hoje vai ter imprensa no show.

- Se sua assessora achar melhor, eu apareço. - Sorri pra ele, que retribuiu.

Mais alguns seguranças do hotel se aproximaram para que pudéssemos passar e pra me deixar com mais medo ainda, Well dizia que tinha o dobro de gente que costumava a ter na porta dos hotéis.

Era tanto grito, que por um momento eu me perguntei como Luan não ficava surdo. Eu só via mãos tentando tocar nele, nem dava pra olhar pro rosto de ninguém de tanto que empurravam e Well tentava fazer com que elas parassem de gritar, completamente em vão. Eu ouvia muitos choros também, e muitas vozes gritando seu nome. 

Luan tentava pegar na mão da maioria, acenava, mandava beijo e sorria. Ele não deu autógrafo por não querer soltar sua mão da minha e só tirou foto com algumas pessoas.

Estávamos quase entrando na van quando senti uma mão no meu braço e tremi, quando olhei pra trás e vi que era uma fã. Agora que eu sou escorraçada mesmo.

Era o que eu pensava e ao mesmo tempo ria de mim mesma por estar com um medo fora do normal, que eu nunca tinha sentido antes.

- Cuida dele pra gente! Faz ele feliz, tá? Não gostava de você e tinha que vir aqui te ver, mas agora, cara a cara contigo, eu consigo ver o amor nos seus olhos. - Ela sorriu de lado pra mim e eu retribuí, me assustando, assim que um segurança lhe tirou com brutalidade de perto de mim.

Olhei para onde tinham levado ela e esperei até ela me olhar. 

- Eu prometo! - Mexi minha boca torcendo para que entendesse e ela sorriu de volta, assentindo com a cabeça. 

Senti duas mãos na minha cintura e olhei pra trás. Well me mandava subir na van. Luan já subia.

Assenti e voltei a olhar pra menina, sorri e acenei pra ela, que retribuiu.

Confesso que fiquei bem mais aliviada depois disso. Luan tão desligado e com tanta gente em cima, que nem percebeu nada.

Passamos por mais fãs quando chegamos no local do show e só então, entramos no camarim.

Fiquei sentada no sofá enquanto Luan resolvia tudo e de vez enquando me olhava e perguntava se estava tudo bem, me fazendo sorri com sua preocupação. 

Arleyde achou melhor aparecer pra imprensa e eu concordei. Estava mais calma.

Tiramos fotos juntos, falei algumas poucas coisas em algumas entrevistas e enfim deu a hora do show, que foi completamente incrível, como sempre.

No outro dia, embarcamos pro Rio de Janeiro, Luan teria que gravar um programa de TV.

Do mesmo jeito que em seu camarim, eu ficava na minha, quieta, não queria atrapalhar nada e Luan sempre me procurando com os olhos.

Arleyde tinha ido embora e só tinha eu no meio de tanto homem. Nem uma mulher pra eu conversar coisas de mulheres e me distrair. Mesmo assim estava amando acompanhar tudo. 

O programa que Luan gravaria era de comédia. Me colocaram sentada pra assistir tudo e eu realmente me diverti, principalmente no final, que Luan apareceu vestido de mulher, pra surpresa de todos ali. 

Na van de volta pro hotel, os meninos brincavam com ele que também ria e não levava nada a sério.

- Então, Luana...

- Idiota! Tudo pela arte, testa!

- Sei! Você bem que gostou.

- Amor, sinto em admitir que você leva jeito mesmo. Até ficou bonitinha. Se eu não tivesse certeza que você é machinho mesmo, desconfiaria. - Todos riram, enquanto Luan me puxava pra mais perto dele, beijando meu rosto.

- Ainda bem que você sabe!

- Ih! - Os meninos gritavam, me deixando com vergonha.